O responsável pela gestão corporativa da Odebrecht Infraestrutura, Carlos Hermanny, disse hoje, no 1º Encontro Empresarial Bric-Ibas, no Rio, que ainda há muitas indefinições em torno do projeto do trem de alta velocidade que ligará as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
O projeto, que ainda não tem previsão de licitação, faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“O maior pleito do ponto de vista dos investidores é que é preciso ter um pouco mais de segurança em alguns parâmetros. Qual vai ser o volume de passageiros do trem de alta velocidade? Não sei dizer. E qual é a tarifa ideal para nós trabalharmos? Também não sei”, afirmou Carlos Hermanny, que apontou ainda o alto risco geológico e ambiental do trem-bala.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Ele defendeu a proposta de que o governo assuma parte do risco envolvido no projeto. “Isso é absolutamente normal. Dentro de determinadas faixas de tráfego, o risco fica conosco. Se extrapolar [fica com o governo]”, disse à imprensa.
Mais cedo, em palestra no evento, Hermanny tinha citado a modelagem das concessões como um dos obstáculos aos investimentos no Brasil. Para ele, é preciso dar mais garantias de receitas aos investidores. Ele criticou ainda a alta taxa de juros, a demora no licenciamento ambiental, a dificuldade de se apresentar garantias e a falta de regras claras para as parcerias público-privadas.
O executivo não quis comentar, porém, se esses fatores pesaram na decisão da Odebrecht de não participar do leilão da usina de Belo Monte, no rio Xingu, que deve ter apenas dois consórcios participantes.
Seja o primeiro a comentar