TAV terá 1ª etapa até São José dos Campos

A pré-candidata do PT à Presidência e ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirma que o trem-bala sai do papel e que, numa primeira etapa, irá só até São José dos Campos, no Vale do Paraíba.


O trajeto completo, inicialmente previsto, liga as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, passando por São José.


“A primeira fase vai até São José dos Campos, que tem um aeroporto de tamanho de porte internacional. É preciso ter novos aeroportos com custo menor. Além disso, você revitaliza Viracopos”, diz Dilma.


No Rio de Janeiro, a expectativa era a de que as obras começassem concomitantemente nos dois Estados,  para que os cariocas não corressem o risco de ficar de fora do projeto. O trecho no Estado do Rio é, no entanto, considerado o de maior custo.


Para a ex-ministra, a ligação entre Rio e São Paulo é importante porque as duas cidades estão ficando inviáveis e com pouco espaço para expandir a construção de casas populares.


” Primeiro, por uma questão de logística, entre essas duas regiões metropolitanas. Esse tipo de distância e o tamanho dessas regiões são típicos para esse tipo de trem”, diz Dilma. O tempo de deslocamento permite a concorrência do trem-bala com o avião e o ônibus, afirma.


O trem criará, de acordo com estimativas da pré-candidata petista, regiões alternativas de construção  de moradias, de estabelecimentos comerciais, “novos polos de crescimento”.


“Hoje, o problema em São Paulo e no Rio é que não temos terrenos baratos. Em alguns lugares, não tem nem terreno, mesmo que se queira pagar o preço [solicitado]”, afirma.
“Quando você cria o trem-bala, muda a forma de tráfego de pessoas nessas regiões.”


Dilma rebate críticas de que há obras mais necessárias, como terminais nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas.


“Não tem espaço para expandir nem Cumbica nem Congonhas. Tem o problema de aproximação. Deixaram uma parte da cidade tomar conta do aeroporto”, afirma, acrescentando que obras viáveis não seriam suficientes para  as necessidades existentes.


“Você até consegue fazer um terceiro terminal, e consegue melhorá-lo, mas não uma terceira pista da proporção do que seria necessário para o volume de tráfego aéreo para São Paulo. Você passa então a ter como hipóteses Viracopos e São José dos Campos”, diz.


Dilma também refuta o argumento de alguns setores de que o problema de transporte entre São Paulo e Rio não é de pessoas e, sim, de cargas.


“Todos os países do mundo, do porte do nosso, com regiões metropolitanas vizinhas, tomaram essa decisão [de construir o trem-bala], que melhorou o trânsito dessas regiões”, diz.


“São Paulo está inviável, o Rio está ficando. Fazendo isso, você melhora o trânsito interno. Você pega o trem e vai para o centro da cidade, para dentro da cidade”, acrescenta.


Dilma cita o exemplo do Japão, um dos países que demonstraram interesse em participar do trem-bala brasileiro.


“É o que fez com que o eixo de Tóquio se deslocasse”, diz, ao mencionar o problema de espaço para construir moradias ou prédios comerciais. “Hoje, se deslocam ao longo do caminho, e permite fazer polos [de desenvolvimento].”

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