O setor ferroviário brasileiro vem se desenvolvendo, ano após ano. Na área do transporte de carga, em função dos vultosos investimentos feitos pelas concessionárias, na via permanente e no material rodante, a indústria ferroviária nacional ressurgiu e também investiu em expansões de fábricas e inovação tecnológica, com o objetivo de atender às concessionárias em seus crescentes volumes de transporte.
Além disso, o governo tem estimulado a expansão da malha, com vários projetos em execução. “Até 2020, deveremos atingir 40 mil quilômetros de ferrovia de carga, quase 40% a mais que os atuais 29 mil”, diz Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), entidade que apoia a realização da Feira Negócios nos Trilhos 2010, que acontecerá no período de 09 a 11 de novembro, no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte, em São Paulo.
Segundo Abate, paralelamente, o governo deveria dar mais atenção às correções necessárias na malha existente, de sua responsabilidade, mas que ainda estão aquém das reais necessidades.
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Na área de passageiros, em função da necessidade premente de se ordenar o transporte nas médias e grandes cidades brasileiras, aliada aos eventos esportivos mundiais programados para o Brasil, o segmento também encontra-se em expansão.
Os reflexos na indústria metroferroviária instalada no País são altamente positivos e se traduzem em volumes crescentes de carros de passageiros encomendados.
Ao avaliarmos o volume de veículos ferroviários produzidos no Brasil nos últimos 40 anos, verificamos que na década terminada em 2009 foram fabricados quase 28 mil vagões de carga, maior volume desde a década de 70, quando foram produzidos 30 mil. Estima-se que na década corrente serão fabricadas entre 30 e 35 mil unidades, com grande possibilidade de superar o volume histórico.
No segmento de carros de passageiros, a década passada foi a recordista, com quase 2 mil carros, contra mil na década de 70, estimando-se expressivos 4 mil na década atual.
“Locomotivas não eram mais produzidas aqui havia 10 anos, e hoje já são fabricadas, inclusive as de alta potência e de corrente alternada”, conta Abate.
Para o ano de 2010, as projeções da indústria indicam a produção de 2.500 vagões (1.022 em 2009), 500 a 550 carros de passageiros (438 em 2009) e 60 a 70 locomotivas (22 em 2009).
“Por tudo isso, os próximos 10 anos serão extremamente promissores para o setor ferroviário brasileiro”, complementa o presidente da Abifer.
Para que esta previsão aconteça, há que se continuar investindo em infraestrutura de transporte, mormente a ferroviária. “Temos que retornar aos níveis da década de 70, quando eram investidos 2% do PIB, quando hoje não chegamos a 0,5%”, reforça.
Para o presidente da Abifer, a Feira Negócios nos Trilhos, desde o seu início em 1998, alavancou o desenvolvimento do setor ferroviário brasileiro.
Criada no período imediatamente posterior ao concessionamento do transporte ferroviário de carga à iniciativa privada, a feira passou a reunir, num mesmo espaço, todos os agentes do transporte ferroviário nacional e internacional, tornando-se uma referência do setor.
“Por isso, destacamos sua importância para todos os que atuam no setor ferroviário de carga e de passageiros”, finaliza Abate.
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