A seleção de profissionais para trabalhar na indústria ferroviária tem sido cada vez mais difícil. A afirmação é de Paulo Fontenele, presidente da multinacional espanhola Caf, que fabrica trens de passageiros. Embora tenha se instalado num polo ferroviário, em Hortolândia, no interior de São Paulo, a empresa percebe que, em algumas áreas, o volume de profissionais especializados se esgotou.
“Temos de buscar pessoas em cidades próximas, como Valinhos, Vinhedo e Jundiaí. Isso significa maior custo por trabalhador”, diz ele. Nos próximos meses, a fabricante de trens planeja contratar mais 200 funcionários.
Engenharia. Mesmo problema atinge as concessionárias de ferrovia, que deverão precisar de quase 7.500 novos funcionários até o ano que vem. “Esse é um problema que tem tirado o meu sono”, reconhece o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Marcelo Spinelli, diretor de Logística da Vale.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Boa parte dos profissionais sairá da engenharia ? segunda categoria com maior escassez de mão de obra, conforme levantamento da Fundação Dom Cabral em todo o Brasil.
O problema é que o País não tem conseguido formar um número suficiente de profissionais qualificados para atender toda a demanda.
Simulações feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que daqui a cinco anos o Brasil terá 1,099 milhão de engenheiros disponíveis no mercado de trabalho. Esse volume é suficiente para garantir um avanço de 3% no Produto Interno Bruto (PIB). Mas, se o crescimento do PIB se mantiver em 5% ao ano, conforme previsto por analistas, serão necessários 1,155 milhão de profissionais.
LEIA TAMBÉM:
Empresas oferecem capacitação própria
É difícil preencher vaga especializada
Seja o primeiro a comentar