A classe média também vai, e muito, de trem

 A classe média não vai só de táxi, carro, ônibus ou metrô. Ela também usa, e muito, o trem para ir e vir pelo Rio e os outros dez municípios atendidos pelos 225km de linha férrea. São economistas, enfermeiros, engenheiros, advogados, analistas de sistemas, universitários e microempresários que moram ou trabalham nos bairros das zonas Norte e Oeste e cidades da Baixada servidos pela rede ferroviária e, para fugir dos engarrafamentos ou economizar tempo e dinheiro, preferem se deslocar pelos trilhos com horários certos, sobretudo no ramal de Deodoro.


Durante três dias, repórteres do GLOBO embarcaram nas composições com a missão de observar como se comporta esta turma que não abre mão do MP3, do celular com internet ou de um livro durante a viagem e costuma colocar o papo em dia tuitando dentro do vagões.


Até abril do ano passado, o engenheiro mecânico Felipe Santiago, de 28 anos, morador da Tijuca, nunca tinha andado de trem. Mas a distância do novo emprego, em Santíssimo, na Zona Oeste, o fez embarcar numa realidade desconhecida:


– Um dia antes de começar na empresa, fui fazer uma viagem de exploração para saber o que eu ia enfrentar pela frente. Fui sem nada, deixei relógio e celular em casa, com medo de ser assaltado. E me surpreendi positivamente – conta Felipe, que hoje deixa o carro num estacionamento perto da Uerj, no Maracanã, anda até a estação e percorre 23 estações de trem até o trabalho. – Economizo tempo e dinheiro, e ainda posso ir lendo ou dormindo.


O advogado Eduardo Schuster, de 26 anos, andou pela segunda vez de trem na última sexta-feira, do Centro até o Fórum de Campo Grande. Confessa que optou por um terno mais simples:


– Valeu a pena. Pretendo repetir – disse ele, morador do Flamengo.


As enfermeiras Rosana de Melo Rosa, de 42 anos, e Silvania Oliveira Mondego, de 43, acham curiosa a reação dos colegas quando sabem o meio de transporte que elas escolheram. Ambas moram na Zona Norte e trabalham na coordenação de CTIs no Hospital Pasteur, no Méier.


– Não tenho coragem de atender celular no ônibus, mas dentro do trem atendo sem receio – conta Silvania, que mora em Marechal Hermes.


Rosana diz entender o porquê de muita gente torcer o nariz para o trem. Ela acredita que os vagões superlotados na hora do rush não são convidativos. E que, se o serviço melhorasse, mais gente de classe média ia optar pelo transporte. É nesses dias de trem tipo lata de sardinha que Valdeir Barbosa de Lima, de 30 anos, morador de Nova Iguaçu e sócio de uma empresa no Centro do Rio, apela para o ônibus ou para as vans.


– Nos horário de pico, os trens são muito cheios, viajamos enlatados. Alguns dias, quando o trem está intransitável, acabo indo ou voltando de van, ônibus ou rachando táxi com colegas – conta Valdeir, que durante a semana deixa o carro estacionado na garagem e vai trabalhar de trem para fugir dos engarrafamentos.


A SuperVia garante que o problema de trens abarrotados vai se resolver com a chegada de novas composições compradas pelo estado.


– O objetivo é dobrar o número de passageiros transportados até 2015. Para isso, vamos investir em sinalização e infraestrutura e o estado está comprando 90 novos trens, dos quais 30 chegam ano que vem – promete o presidente da concessionária, Amin Murad.

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