O Porto de Santos deve confirmar um crescimento de 5,2% na movimentação de açúcar no primeiro semestre do ano. A alta do produto no período promete fechar o ano com um avanço de pelo menos 10% sobre o exercício anterior.
Dados da Codesp apontam que, nos seis primeiros meses do ano, foram operados 7,3 milhões de toneladas do produto. Foram 5,87 milhões de janeiro a maio, mais uma previsão de 1,5 milhão de toneladas referente ao último mês, ainda não contabilizado.
No primeiro semestre do ano passado, o Porto operou 7 milhões de toneladas. Em todo o ano, foram 13,9 milhões. Para 2010, a previsão da Codesp é que o volume ultrapasse 15 milhões de toneladas, uma variação positiva de 10%.
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Esse crescimento, conforme a previsão das Docas no início deste ano, é baseado na quebra da produção nos principais países produtores da carga, como a Índia, o que tornou o mundo mais dependente do açúcar brasileiro.
Além disso, a oferta de superestrutura (terminais marítimos) no Porto para essa carga reforça o escoamento pelo cais.
Os principais ganhos serão obtidos com o novo terminal 12-A, no Paquetá, do consórcio formado pela multinacional Noble e a santista Itamaraty. Operante há cerca de dois meses, a instalação deverá movimentar 1,6 milhão de toneladas até dezembro.
O terminal Copersucar vislumbra um ano bem positivo. Segundo dados da empresa, a expectativa é de um aumento de 40% nas operações no ano-safra, partindo de 3,7 milhões de toneladas no ano passado, para 5,2 milhões de toneladas.
No Terminal 33, do Grupo Libra, foram operados 89.600 toneladas no primeiro semestre. E, somente com este mês, deve haver um crescimento de 15% no volume. A empresa não apontou sua previsão anual.
Indefinição
O presidente da Rumo, Julio Fontana, afirmou que o registro de um recorde ainda é indefinido no Porto de Santos. Para ele, o movimento inédito só será alcançado se não houver um quebra da safra.
“A gente acredita que vá ter um crescimento, sim, mas precisar quanto é muito difícil, até porque a safra é muito vulnerável por vários fatores. Se olharmos o que temos hoje, diria que sim (a safra será recorde). Mas se olharmos o ano passado, a chuva atrapalhou a plantação e a operação no Porto”. “A minha visão é que, se não houver uma quebra de safra, será recorde”.
Mesmo com a indefinição da safra e, consequentemente, das exportações de açúcar, Fontana salientou que muito se deverá pela mudança da matriz de transporte.
Gradativamente, o produto tem migrado dos caminhões para a ferrovia, no cominho entre a produção e os terminais portuários. “ Este ano já está mudando radicalmente a nossa matriz. O projeto da Rumo vem trazendo um número grande de vagões. no nosso caso, tira bastante pressão do modal rodoviário, pelo qual normalmente se faz (o transporte de) o açúcar. No ano passado, fizemos 1 milhão de toneladas em vagão. Esse ano, caminhamos para 5 milhões”, disse Julio Fontana. Atualmente, a matriz da Rumo é 70% ferroviária e 30% rodoviária, segundo o presidente da companhia originária da fusão entre as empresas Cosan e Teaçu.
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