A produção do setor de fundição atingiu 1,531 milhão de toneladas no acumulado de janeiro a junho, o que representa expansão de 50,2% ante o primeiro semestre do ano passado, mas queda de 12,6% em relação ao intervalo equivalente de 2008, de acordo com dados da Associação Brasileira de Fundição (Abifa). Em junho, a produção aumentou 62,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 281,3 mil toneladas. Em relação a maio, o crescimento foi de 2,2%.
“Aparentemente, está havendo uma grande recuperação, mas não é o que entendemos como ideal para o setor”, diz o presidente da Abifa, Devanir Brichesi. Em 2008, o volume produzido de fundidos foi de 3,4 milhões de toneladas.
No semestre, as exportações do setor tiveram alta de 51,2% ante o mesmo período do ano passado, para 201,3 mil toneladas, mas ainda 41,5% abaixo da primeira metade de 2008. Em valor, os embarques cresceram 46,1%, para US$ 522,5 milhões ante 2009. “Acreditamos no aumento da exportação no segundo semestre na mesma proporção ou maior”, diz Brichesi. Na comparação com o intervalo de janeiro a junho de 2008, o valor exportado é 31,7% menor. No mês de junho, as exportações cresceram 93% em volume e 98,8% em valor ante o sexto mês de 2009.
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A expectativa é de crescimento dos embarques no segundo semestre em proporção maior que a registrada de janeiro a junho, mas o presidente da Abifa destacou que ainda há muita incertezas em relação ao comportamento da economia dos Estados Unidos, principal mercado externo para os produtos fundidos do Brasil. Atualmente, as exportações respondem por 13% da destinação dos fundidos, parcela que já foi de 20%.
A Abifa estima que o faturamento do setor em 2010 crescerá 45% em relação aos US$ 6,9 bilhões registrados em 2009, para US$ 10 bilhões, ainda abaixo dos US$ 11 bilhões de 2008. A produção deve chegar a 3,3 milhões de toneladas, conforme estimativa da entidade, superando em 43,5% as 2,3 milhões de toneladas do ano passado.
Importação
Brichesi ressaltou a perda de competitividade do setor diante da importação de fundidos, principalmente pela indústria automotiva. Conforme a entidade, de 2005 a 2008, a produção total do setor cresceu 18,7%, enquanto a da indústria automotiva aumentou 38,7%. “As importações estão estáveis, num patamar altíssimo”, disse.
Um dos pleitos do setor de fundição é o fim da redução de 40% do imposto de importação de fundidos pela indústria automotiva. A medida já foi aprovada, mas ainda não regulamentada. De acordo com o presidente da Abifa, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, assumiu o compromisso de que a regulamentação será feita até 2011.
O setor solicita também mudanças em relação a encargos trabalhistas, questão tributária, energia elétrica, pesquisa e desenvolvimento, crédito e financiamento. Outro pleito do setor é de que não seja permitida licença automática para a importação de ferramentais novos. No dia 4 de agosto, representantes do setor vão se reunir com Miguel Jorge para solicitar a revogação da portaria que permitiu a redução do imposto de importação de ferramentas e moldes usados.
Na avaliação de Brichesi, a demanda por produtos fundidos será beneficiada pelas obras de infraestrutura para a Copa de 2014, para as Olimpíadas de 2016 epara a construção do trem de alta velocidade (TAV), que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas. É esperada também maior demanda por válvulas e compressores em razão dos investimentos decorrentes do pré-sal.
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