Situação da Ferroeste é crítica

“A situação da Ferroeste é crítica e se fosse uma empresa privada, já teria fechado as portas”. A declaração é do novo presidente da empresa, Neuroci Antonio Frizzo, empossado em 14 de julho. Depois de um balanço preliminar, a nova diretoria apurou que a empresa tem uma dívida de R$ 8,2 milhões, sendo R$ 5,8 já vencidos e 47 ações trabalhistas na Justiça.


O déficit mensal da Ferroeste é de R$ 500 mil. Frizzo avalia que “a empresa estaria parando” se nada fosse feito. Segundo ele, a ferrovia tem uma arrecadação mensal de R$ 1,3 milhão contra despesas de R$ 1,8 milhão por mês.


“A dívida pode ser muito maior”, estima o dirigente. A empresa está atrasada no pagamento de combustível, serviços de manutenção, peças, equipamentos, mão de obra terceirizada, INSS, Receita Federal e indenização da frota em uso. “Os fornecedores não querem mais entregar peças nem prestar serviços”, salienta.


“A dívida é decorrente desse déficit mensal e da má gestão praticada dentro da Ferroeste”, constata o novo presidente. “Vou contratar uma auditoria e se tiver alguma coisa errada vou passar para a PGE (Procuradoria Geral do Estado) e ao Ministério Público”.


Para Frizzo, “o que faltou na Ferroeste foi foco na operação de transporte de commodities. Se focou outra coisa e não a operação. Não se estava administrando os recursos da empresa”. Segundo ele, o pagamento de R$ 200 mil pelo uso de locomotivas utilizadas na operação da ferrovia não estava sendo feito.


As máquinas estão sucateadas e apenas duas funcionavam. “Já colocamos mais quatro para operar e nas próximas semanas teremos dez locomotivas em funcionamento”, salienta o presidente da Ferroeste. Outras cinco serão devolvidas, com redução de R$ 50 mil nas despesas da empresa.


A nova diretoria está empenhada em enxugar custos e melhorar o desempenho da ferrovia, para aumentar a arrecadação. “Espero elevar o ganho para R$ 1,8 milhão por mês e reduzir o custo para sobrar dinheiro para quitar a dívida”, informa Frizzo. “O governo também deverá fazer algum aporte”, observa, “ainda estamos conversando sobre isso, para chamar os credores e negociar o parcelamento da dívida”.


Outras medidas na área operacional já começaram a ser tomadas. A diretoria de Produção está avaliando as condições de manutenção da via e eventuais problemas operacionais que podem comprometer o desempenho da ferrovia.


Frizzo pretende restaurar a credibilidade da empresa com usuários e fornecedores e restabelecer o diálogo com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a ALL (América Latina Logística), a outra empresa ferroviária que opera no Paraná.


A discussão sobre os eventuais projetos de expansão da ferrovia serão retomados quando a situação financeira e operacional da empresa for equalizado. “A Ferroeste tem que se preparar para esse momento novo. A Ferroeste não pode ficar sonhando com Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, se não tem dinheiro para colocar óleo diesel no tanque da locomotiva”, conclui Frizzo.


Nova Diretoria


A eleição da nova diretoria da Ferroeste ocorreu em 14 de julho, na Secretaria dos Transportes, quando o Conselho de Administração da Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A substituiu a atual diretoria e elegeu por unanimidade os novos diretores da empresa.


Neuroci Antonio Frizzo foi eleito diretor presidente, Mauro Fortes Carneiro, diretor de produção, e José Carlos de Oliveira Mendes, diretor administrativo e financeiro.


Frizzo é economista, professor da PUC-PR, ministra disciplinas de Economia e de Finanças Mercado de Capitais, professor Multiplicador da Bolsa de São Paulo e empresário da Construção Civil. Carneiro é formado em Engenharia Civil e atua na área de transportes. Enquanto Mendes é formado em Ciências Políticas, empresário e ex-presidente do Conselho da Autoridade Portuária.


História da Ferroeste:


1866 – Relatório da Província mostra a necessidade de um caminho para o Oeste.
1870 – Fim da Guerra do Paraguai motiva estudos para levar a ferroviária até Guaíra.
1872 – Antônio Rebouças publica estudos das vias para o Mato Grosso.
1880 – Início da ferrovia Paranaguá-Curitiba.
1883 – Programa Ferroviário Nacional destaca projeto de André Rebouças, baseado em estudos de Monteiro Tourinho.
1885 – Inaugurada ferrovia Paranaguá-Curitiba.
1954 – Trem chega a Guarapuava.
1980 – Edital para construção da Ferrovia da Soja.
1982 – Início das obras.
1985 – Estado do Paraná discute Ferrovia da Produção.
1986 – Contratado pré-estudo de viabilidade econômica.
1987 – Decreto para formação de empresa.
1988 – Contratada Canadian Pacific Consulting Service Ltda. Decreto presidencial outorga concessão à Ferroeste para construção e exploração do trecho Guarapuava-Cascavel, com extensão até Dourados (MS). Criação da Ferroeste S.A.
1989 – Contratado relatório de impacto ambiental.
1990 – BNDES avalia o projeto.
1990 – Seleção de empreiteiras.
1991 – Discutido contrato entre governo do estado e Ferroeste. Assembléia Legislativa aprova Ferroeste como empresa de economia mista.
1992 – Exército convidado a participar da obra. Convênio assinado em junho.
1993 – Assentamento do primeiro trilho.
1994 – Batalhões Ferroviários de Lages (SC) e Araguari (MG) iniciam a ferrovia.
1996 – Governo do estado privatiza a Ferroeste, em dezembro.
2006 – Governo do estado retoma na Justiça o controle da ferrovia.

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