Você já deve ter ouvido falar: o Brasil quer o trem-bala – para ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. Quem pega o trem no Japão, na França, na Inglaterra já sentiu a diferença. Não se ouve nada. É uma supermáquina.
A aparência e a velocidade deram origem ao apelido. A eficiência e a pontualidade fizeram com que se transformasse em um símbolo do Japão, o primeiro país a ter um trem-bala. Cinco décadas atrás, os japoneses tinham um desafio semelhante ao do Brasil: organizar uma Olimpíada, a de 1964, e melhorar o tráfego entre as duas principais cidades, Tóquio e Osaka, que ficam a 400 quilômetros uma da outra, mais ou menos a mesma distância entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Hoje, o Shinkansen – como o trem-bala é chamado – liga todas as principais cidades do país, transportando 336 milhões de passageiros por ano – o triplo da população do Japão. E, quando atrasa, a média é de 18 segundos. Ou seja, ninguém percebe.
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É muito organizado, principalmente em relação aos horários, diz um francês que, patrioticamente, completa: como o trem-bala da França”.
Na cabine de comando do trem-bala, o velocímetro mostra a velocidade máxima que ele pode chegar: são 315 km/h. Outra coisa que se percebe é que não há muitos botões. O trem-bala funciona praticamente de forma automática. Quando o maquinista precisa falar algo, basta tocar na tela.
O chefe da engenharia mostra como o trem consegue ser rápido e – ao mesmo tempo – confortável. Ele é todo lacrado, como um avião, e as portas são fechadas sob pressão.
Shugi Eguchi, do Ministério dos Transportes, diz que a experiência japonesa mostra que o trem-bala é a forma mais eficiente de transporte para distâncias médias.
O único inconveniente do trem-bala é o preço. Uma viagem equivalente a Rio-São Paulo custa em torno de R$ 300. Durante a viagem, percebe-se imediatamente como é confortável. As poltronas giram automaticamente para os passageiros viajarem virados para a frente do trem.
Há outros confortos, como o banheiro, onde tudo funciona sem precisar apertar nenhum botão. Tudo é automático. O trem não balança e treme bem pouco. Faz barulho, mas menos do que dentro de um avião.
Tem comissária de bordo, para quando der aquela fomezinha. Conforto e uma paisagem passando rapidamente pela janela para lembrar que estamos viajando na velocidade de um Fórmula 1 na reta de chegada.
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