A concessionária Metrô Rio vai apresentar a autoridades dos governos municipal, estadual e federal um projeto para instalar um monotrilho suspenso, ligando a Rodoviária Novo Rio à estação Cidade Nova, que deve ser inaugurada em um mês. A idéia também será levada à Socicam, concessionária que administra a rodoviária.
– A Estação Cidade Nova já foi projetada prevendo essa ligação – explica o presidente da Metrô Rio, José Gustavo de Souza, que não revelou o valor do projeto nem estimativas de preço das passagens.
O monotrilho sairia da nova estação e passaria ao longo da linha férrea da SuperVia até chegar à Avenida Francisco Bicalho.
Nessa via, explicou José Gustavo, haveria uma parada na Estação Leopoldina. A partir dali, o traçado iria até a rodoviária: – A parada na Estação Leopoldina está prevista porque ali, possivelmente, será um terminal do trem de alta velocidade (Trem Bala), ligando o Rio a São Paulo.
Tipo de ligação é comum em cidades do exterior
O arquiteto responsável pela Estação Cidade Nova, João Batista Martinez Corrêa, confirmou o projeto: – Desde o início, a Metrô Rio nos pediu que se projetasse a estação com uma saída, visando a fazer um caminho até a rodoviária – disse João Batista, que fez também os projetos de todas as estações do metrô em Copacabana e do elevador que dá acesso do metrô à Favela do Cantagalo.
O presidente do metrô ressaltou que esse tipo de translado é comum em outras cidades do mundo, como Toronto, no Canadá, e Las Vegas, nos EUA: – Construir esse monotrilho suspenso é uma operação relativamente tranqüila, já que é só encomendar, todo o material e os trens de países com a Áustria, que detém esse tipo de tecnologia.
José Gustavo, porém, afirmou que, concretamente, o que está certo é a inauguração, daqui a um mês, da estação Cidade Nova, em frente à prefeitura, e da passarela que sai dali e cruza a Avenida Presidente Vargas. A concessionária que administra o metrô gastou cerca de R$200 milhões nas duas estruturas.
Há poucos dias, os tapumes que cobriam a estação foram retirados, liberando ao público a visão da sequência de arcos que caracteriza o projeto.
– A passarela faz uma forte ligação da estação com a cidade.
E, próxima a ela, há uma área de convivência que ajudará a revitalizar um trecho antes sem qualquer utilização.
Ali, uma praça com uma calçada, que é extensão da Avenida Presidente Vargas, será instalada com uma vegetação exuberante – disse o arquiteto Emiliano Homrich, que integra a equipe de João Batista.
Quanto à passagem, descreveu o arquiteto, ela foi construída sem pilares, a fim de não interferir no trânsito da Avenida Presidente Vargas.
– São os arcos que sustentam a passarela. O tamanho deles chama a atenção, mas só assim, com estruturas bem maiores, seria possível sustentar uma passagem tão extensa (algo em torno de 90 metros) – diz o arquiteto.
A passarela tem, aproximadamente, oito metros de largura e foi projetada para receber quiosques. Seu piso – à base de resina de poliuretano e vidro – foi feito a partir de um pedido do próprio presidente da concessionária Metrô Rio.
– Eu quis algo que remetesse ao calçadão de Copacabana, na verdade, só aquele desenhado por Burle Marx. Para isso, contratamos a artista plástica Amélia Toledo. E o piso foi instalado pelo escritório do próprio Burle Marx – afirmou José Gustavo, acrescentando que o piso da estação seguirá o mesmo estilo.
José Gustavo destacou que o terreno da estação não será cercado por muros, mas por grades, dando um clima mais humano ao lugar. O presidente da Metrô Rio deixou claro que queira um resultado exuberante, no que diz respeito à estação e à passarela que corta a Avenida Presidente Vargas.
– Quando chamei o arquiteto João Batista Martinez para fazer a estação e a passarela, eu lhe disse: “Eu quero dar um presente para a cidade. Por isso, não seja tão comportado, faça algo bonito” – comentou José Gustavo.
João Batista Martinez afirmou que, de fato, fez algo monumental.
Paulista, o arquiteto não teme polêmicas e críticas de urbanistas cariocas: – Sei que a passarela será importante para a cidade, e o fato de ela ser algo monumental valoriza a área e ajuda em sua revitalização.
Metrô quer comprar terrenos próximos à estação
De acordo com José Gustavo de Souza, a revitalização daquele trecho da Avenida Presidente Vargas é um processo irreversível: – O Metrô tem terrenos em torno daquela área e cogita comprar outros. Temos planos de construir edifícios e outras estruturas. De certa forma, ali é a última área do projeto Porto Maravilha (da prefeitura do Rio) – disse.
Para o presidente do Metrô, pelo menos 40 mil pessoas por dia devem passar pela Estação Cidade Nova. Mas tal número deve aumentar, reforçou ele, à medida que a ocupação da área se consolide.
A Estação Cidade nova pertence à Linha 1-A do Metrô, que permite fazer a ligação direta da Pavuna até Botafogo.
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