A continuação das obras para instalação do Veículo Leve sobre trilhos (VLT) em Maceió ainda depende da retirada dos comerciantes da Feira do Passarinho, que devem ser transferidos para o prédio do antigo Ceasa, mas se mostram resistentes. Projeto só anda com retirada de comerciantes.
A conclusão desta etapa do projeto deveria ficar pronta este ano, mas devido a esse atraso a data ainda está indefinida. O VLT também chamado de bonde é comum em cidades européias, só que ainda não opera no Brasil.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que 70% do projeto já foi executado, no trecho entre a capital e Lourenço de Albuquerque, no município de Rio Largo, que equivale a 32 km e 100 metros. No ano passado foi lançado o edital para a compra de oito unidades de VLT, conhecidos como metrôs de superfície. Para a licitação foram disponibilizados R$ 66 milhões.
Segundo o gerente operacional da CBTU, Mauro Nunes a expectativa para a retomada do projeto é grande, já que o primeiro VLT deve chegar este mês em Maceió, que contava com dois trens, antes de um deles ser parcialmente destruído pelas enchentes. Com isso, muitos usuários, principalmente os que vêm de outros municípios para a capital, foram prejudicados.
“Cada um desses trens tem capacidade para 700 passageiros. Já o VLT poderá transportar 400 usuários, mas serão oito unidades, atendendo a 50 mil pessoas por dia. O intervalo de espera entre as viagens, que hoje é de quase duas horas será reduzido para 15 minutos. Não podemos dizer uma data precisa para o início do funcionamento, mas em 2 anos isso de acontecer, porque as demais obras previstas no projeto não impedirão a circulação”, afirmou.
Nunes explicou que foi construída uma linha nova, paralela a que já existe, só que com trilhos mais modernos. De acordo com ele, a prefeitura solicitou que fosse feita uma via no meio da Praça do Pirulito, já que no local também deverá haver uma via rodoviária, além de uma ciclovia e um calçadão. De acordo com o gerente operacional a diferença do VLT para o metrô é o comprimento e o combustível, que no caso das unidades de Maceió será o biodiesel.
“Tudo é totalmente novo em termos de infra-estrutura. Foi feira a terra planagem, colocação de concretos e dos trilhos, que eram TR 37 e para o VLT são de TR 45, mas robustos e resistentes. Houve um processo de reconstrução e recapeamento do trecho entre Utinga e Lourenço, incluído no projeto. Em Recife, por exemplo há um metrô de superfície, que funciona por propulsão e é elétrico, mas em termos de comodidade não há muita diferença. O VLT será climatizado e rápido”, destacou.
Acerca de um possível aumento na passagem do transporte, que custa R$ 0,50 o gerente acredita que não haverá muita diferença após a chegada do VLT. “O maior custo da CBTU é com manutenção. Como os trens da capital são obsoletos, ás vezes temos que mandar fazer as peças, que não existem mais. O VLT será um veículo novo, com 24 meses de garantia, por isso esse custo será menor”, ressaltou.
Para o estudante Guilherme Henrique, 23, será difícil concluir o projeto do VLT, principalmente diante da resistência de alguns comerciantes da região. “Achei uma boa idéia, para oferecer mais facilidade e rapidez ao transporte. Mas claro que é coisa política, pode até sair, mas isso tem interesses. Tem tanta coisa que precisava ser feita e não foi. Só falam e ainda continua a mesma coisa”, lamentou.
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