A implantação do anel ferroviário na RPT (Região do Polo Têxtil) é uma obra que deve exigir dos cofres da União investimentos superiores a R$ 150 milhões. A retirada dos trilhos do perímetro urbano no trecho de 20 quilômetros, entre Hortolândia e Americana, passando por Sumaré e Nova Odessa, é uma discussão que foi iniciada na semana passada em Brasília. A ALL (América Latina Logística) informou que em Araraquara, o novo traçado da linha férrea no trecho 17 quilômetros – três quilômetros menos que o da RPT – está orçado em R$ 140 milhões.
A alteração do traçado é uma reivindicação dos prefeitos das cidades por onde passam os trilhos. O argumento dos chefes do Executivo está centrado nos riscos que a passagem diária de composições representa para a população. O acidente ocorrido no dia 8 de setembro, em Americana, com um trem e o ônibus 141 da VCA (Viação Cidade de Americana) deixando nove mortos e 18 feridos, reacendeu os debates sobre a retirada dos trilhos. A responsabilidade pela alteração do traçado é da esfera federal e envolve a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
O novo trecho da malha ferroviária em Araraquara passará fora do perímetro urbano. A remoção dos trilhos e a instalação do novo traçado exigirão investimentos de R$ 140 milhões, segundo a ALL. A concessionária informou que nesse valor estão incluídos os custos das desapropriações e da construção de ponte para a transposição da linha férrea. Todo o projeto está sob a administração da superintendência do DNIT no Estado de São Paulo.
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Segundo a concessionária, devido à peculiaridade do traçado em cada município, não é possível neste momento estimar os gastos com a retirada dos trilhos no trecho de 20 quilômetros entre Americana e Hortolândia. A proposta da RPT, entretanto, envolve também o trecho de Santa Bárbara d´Oeste, que está desativado.
ALTERNATIVA
Americana apresentou uma proposta ao DNIT, em 2010, como alternativa para a mudança de traçado. A obra inclui pontes e passarelas em um custo anunciado no primeiro semestre pelo secretário de Obras e Serviços Urbanos, Flávio Biondo, em cerca de R$ 60 milhões.
A adesão da ALL à proposta regional de retirada dos trilhos consta, inclusive, do inquérito policial que investiga as circunstâncias do acidente. O superintendente Ângelo Cury Deves foi ouvido pelo delegado do 1º Distrito Policial, Claudiney Albino Xavier, terça-feira passada.
Na ocasião, questionado sobre que tipo de obra solucionaria em definitivo a segurança no local, o superintendente disse à polícia que seria a construção de um contorno ferroviário por parte do DNIT. A ALL está à disposição das autoridades locais para o debate de estratégias e pode atuar em parceria com o governo na busca de recursos e na consultoria para construção de tais obras, reforçou a concessionária por meio de nota.
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