Para instalar o centro de tecnologia para construção de monotrilhos e atender as futuras demandas, a Bombardier duplicará sua fábrica em Hortolândia (SP).
Hoje, a unidade conta com dois galpões e construirá mais dois e cinco cabines de pintura de trens, totalizando 20 mil metros quadrados de área industrial no interior de São Paulo, em 2011.
O valor do investimento não foi divulgado, mas deve ser bem menor que o aporte de 33 milhões de euros que a Bombardier fez para a construção de sua fábrica na Índia, já que a empresa possui uma estrutura em Hortolândia.
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Na unidade funcionará o centro de tecnologia para construção de monotrilhos, com a fabricação pioneira de monotrilhos de alta capacidade. Segundo o presidente da companhia no Brasil, André Guyvarch, esses monotrilhos permitirão atender quase o mesmo número de pessoas que o metrô. Os trens contarão com nova tecnologia que aumenta a tração dos truques para atender a demanda.
Guyvarch destacou que a Bombardier decidiu desenvolver uma fabricação nacional para ser mais competitiva. “A partir do momento que instala a capacidade fica mais fácil para fornecer outros produtos”.
O investimento também aumentará as oportunidades de empregos – a empresa projeta contratar cerca de 400 funcionários, passando dos atuais 200 colaboradores para 600 em 2011. As vagas envolvem toda a parte de engenharia, fabricação e gestão.
Atualmente a companhia canadense possui quatro contratos no Brasil: reforma de 26 trens da Linha 1-Azul, monotrilho da Linha 2-Verde e a sinalização da Linha 5-Lilás, todos com o Metrô de São Paulo, e a sinalização do Metrô de Salvador (BA).
A reforma dos trens da Linha 1 está sendo feita através do consórcio BTT, em parceria com a Tejofran e Temoinsa, também na unidade de Hortolândia.
Já o projeto para o fornecimento dos 54 trens (378 carros) e sistemas para o monotrilho do Expresso Tiradentes (Linha 2) ainda iniciará – a assinatura do contrato ocorreu nesta semana. Os trens serão modelo Innovia 300. O valor do contrato é de R$ 2,46 bilhões – a parte da Bombardier é de R$ 1,4 bilhões.
O Consórcio do Expresso Monotrilho Leste é liderado pela construtora Queiroz Galvão e inclui ainda a construtora OAS e a Bombardier, fornecedora da componente electromecânica. A Bombardier será responsável por projetar, fabricar e fornecer toda parte mecânica e elétrica do sistema de monotrilho. O tráfego na linha de monotrilho, de 24 km e 17 estações, será gerido pelo sistema de sinalização e controlo automático Bombardier Cityflo 650, que permite que os trens circulem sem condutor (driverless).
O primeiro trem (7 carros) será construído na fábrica da empresa em Pittsburgh, Estados Unidos, e os restantes serão produzidos na planta industrial em Hortolândia. O término da fase 1 do projeto está programado para acontecer em 2014.
Os fornecedores para o projeto ainda não estão definidos, mas empresas como a Alcoa, Faiveley e Knorr-Bremse são possíveis colaboradores.
A Bombardier já forneceu quatro outros sistemas totalmente automatizados de monotrilho (Tampa, Newark, Jacksonville e Las Vegas, nos Estatos Unidos). E formalizou o contrato para fornecer o sistema Innovia 300 King Abdullah, em Riad, Arábia Saudita.
A empresa pretende concorrer aos projetos da Linha 17-Ouro de São Paulo, cuja licitação foi lançada ontem (30), Recife e Vitória – os dois últimos ainda sem projetos definidos. “Vamos concorrer em todos”, destacou Guyvarch.
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