A indústria ferroviária está prevendo fechar o ano com a produção de 3 mil vagões, três vezes mais que em 2009, quando o setor sofreu os efeitos da crise mundial, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate. A entidade estima que no próximo ano serão de 4 a 5 mil vagões produzidos, um aquecimento motivado principalmente pelas novas demandas nas áreas de mineração, de grãos e pelas novas concessões ferroviárias. A indústria ferroviária nacional faturou R$ 2,1 bilhões em 2009 e deve alcançar R$ 3 bilhões neste ano.
Nos últimos dez anos, a indústria nacional forneceu 28,2 mil vagões e deverá bater recordes na próxima década, com 35 mil vagões produzidos. Nos anos 70, a indústria produziu 30,6 mil vagões. “O setor está indo bem em função dos investimentos das concessionárias nas áreas de cargas e passageiros, e também por conta de investimentos da própria indústria. Nos últimos sete anos, investiu R$ 1 bilhão para ampliar a capacidade produtiva para atender a demanda do País.
A preocupação do setor é com os importados. “Temos 1,5 mil carros em carteira com as encomendas do Metrô, da CPTM, com os VLTs (veículos leves sobre trilhos) e monotrilhos. É um bom nível, mas o câmbio está desfavorável para nós, o imposto de importação está baixo e corremos risco de ver a indústria enfrentar problemas”, afirmou Abate.
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O presidente da Abifer lembrou que uma medida provisória dá margem de preferência para indústria nacional, mas que a concorrência que a CBTU está fazendo em Recife, porém, não dá essa margem. “Já entrou carros de passageiros chineses no Rio de Janeiro, Recife não colocou no edital a margem de preferência e nós ainda temos uma alta carga tributária o que nos leva a enfrentar problemas de competitividade”, disse.
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