Foi lançado nesta sexta-feira, (1) o edital de licitação que irá apontar a empresa que fará o diagnóstico de qual o melhor transporte a ser instalado na região metropolitana de João Pessoa. Entre os transportes que estão sendo estudados estão o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – o metrô de superfície e Veículo Leve sobre Pneus (VLP ou BRT) – ônibus bi-articulados com capacidade para 240 pessoas.
Segundo o edital, o Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER/PB) torna público que realizará a contratação de serviços técnicos de engenharia a serem prestados por empresa de Consultoria Técnica Especializada, tendo como objetivo a concepção de estudos conceituais para a requalificação do sistema de transporte público de passageiros da Região Metropolitana de João Pessoa.
O Edital encontra-se a disposição dos interessados na Comissão Permanente de Licitação (CPL), onde também outras informações poderão ser obtidas, nos horários das 14h às 18h, de segunda a quinta e de 7h às 13h na sexta, dos dias úteis, e pelos telefones 3216-2813 e 3216-2853. A tomada de preço será feita no dia 03 de novembro às l5h.
“A empresa contratada terá como objetivo a concepção de estudos para a requalificação do sistema de transporte público de passageiro da Grande João Pessoa, visando principalmente coordenar o trânsito entre as cidades de Bayeux, João Pessoa, Cabedelo e Santa Rita”, explica o secretário Osman Cartaxo.
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O estudo irá levantar quais são os corredores – o que existe em termos de infraestrutura viária – das cidades, que poderão participar da identificação de canais de coleta, recebimento e deslocamento de passageiros. Após esse passo, deverá ser apontado também onde está o passageiro, de onde se desloca e para aonde vai.
“Ele sai de Santa Rita e vai para aonde e em que volume? Depois será preciso dimensionar qual deve ser a capacidade de um transporte para dar vazão a esse volume de pessoas, além de onde devem estar os pontos de coleta”, frisa o secretário.
Trânsito mais rápido
Será este estudo que irá apontar qual modalidade de transporte será necessária para que o trânsito fique mais rápido e fluido. “O estudo pode identificar que em determinado corredor é necessário fazer uma faixa exclusiva para ônibus. Noutro ponto, para a quantidade de pessoas que se deslocam, pode apontar que apenas um ônibus bi-articulado com capacidade de 210 passageiros vá suportar, com um corredor específico para ele. E na ponta, vamos dizer que a rua se afunile e não passe um ônibus bi-articulado, aí podemos botar um ônibus com apenas uma articulação. E na outra ponta, vans, ônibus padrões de 80 passageiros”, calcula Osman Cartaxo.
O estudo também fará um levantamento do que é necessário para a integração do ramal ferroviário que liga Cabedelo à Santa Rita. “Algumas perguntas devem ser levantadas: Esse ramal pode ser integrado no sistema? Como ele pode ser integrado? Quais são as compensações para fazer dele um metrô de superfície VLT? Essas são todas decisões que esse estudo vai identificar. Por isso esse é um estudo de requalificação. Queremos descobrir como fazer para que o sistema trabalhe de forma mais coordenada e econômica”, pontua.
Em termos específicos, a empresa que ganhar a licitação deverá fazer a delimitação da área da região metropolitana de João Pessoa, fazer o levantamento de informações básicas em base secundária (livros e documentos), elaboração do diagnóstico do sistema de transporte público, diagnóstico do sistema ferroviário, verificação de eventuais sobreposições operacionais do sistema de transporte, verificação e descrição das vias, identificação do conjunto de linhas, caracterização física e operacional da linha de transporte ferroviário, nível de demanda estimada nos horários de pico, principais problemas do sistema do transporte coletivo, identificação de áreas para implantação de terminais multimodais, entre outros pontos.
VLT– Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), ou Metrô Leve, ou ainda de metrô de superfície, é uma espécie de trem ou comboio urbano e suburbano de passageiros, cujo equipamento e infra-estrutura é tipicamente mais leve que a usada normalmente em sistemas de metropolitano (metrô) ou de Ferrovias (caminhos-de-ferro) de longo curso.
Os sistemas de VLT são alimentados por eletricidade ou óleo combustível diesel e outros que usam um terceiro carril. No Brasil, o primeiro sistema de VLT foi o de Campinas – atualmente desativado. O Metrô do Cariri é o mais novo sistema e foi recentemente inaugurado. Além de João Pessoa estudam implantar o sistema algumas capitais como Aracaju, Teresina, Natal e Maceió, além de Brasília, São Paulo, Arapiraca e as cidades do ABC paulista.
VLP – Curitiba foi pioneira no desenvolvimento e na implementação de BRTs (agora chamadas de VLPs), há mais de 40 anos. Hoje, cerca de 140 cidades no mundo usam o sistema, em que o veículo circula por faixas exclusivas e separadas do restante do tráfego. Os veículos são monitorados em tempo real por satélite. A bilhetagem é eletrônica e permite múltiplas viagens.
O ônibus se desloca entre 20 quilômetros por hora a 35 quilômetros por hora. O tempo para percorrer um trajeto e o tempo de espera do passageiro nos pontos podem ser reduzidos em 40%, se comparados aos dos ônibus comuns. Um quilômetro de BRT custa de R$ 17,6 milhões a R$ 26,4 milhões, enquanto um de VLT custa de R$ 62 milhões a R$ 79 milhões.
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