Mesmo sob a ameaça de saída das empreiteiras brasileiras do consórcio coreano, a proposta pode ser apresentada de qualquer jeito, nem que por um grupo composto apenas por empresas coreanas, incluindo uma construtora. Segundo fontes ligadas ao grupo, o consórcio se baseia em um compromisso “governo a governo” que não pode ser quebrado facilmente, mesmo na circunstância de uma deserção coletiva dos sócios brasileiros. Apesar de o grupo estar em grande parte formado há quase um ano, na reta final os brasileiros decidiram recuar e questionar a viabilidade econômica no trem-bala. Uma reunião na manhã de hoje deve definir a situação.
O grupo é composto na maior parte por empresas coreanas – como os conglomerados Hyundai, Samsung, LG e a construtora SK -, fundos de investimento, recursos oficiais da Coreia e uma participação de pelo menos 25% de empreiteiras brasileiras, lideradas pela Contern, do grupo Bertin, seguida pela Galvão Engenharia, CR Almeida e outras construtoras menores. O consórcio tem a missão de levantar cerca de de R$ 7 bilhões em capital próprio, o que significa às brasileiras uma participação de R$ 1,7 bilhão, no mínimo – que precisaria ser coberta pelos coreanos caso elas saiam da sociedade.
Com a formalização da desistência dos consórcios chinês e francês esta semana, ficou ao lado do consórcio coreano apenas a chance, considerada remota, de haver uma proposta do Japão. A imprensa japonesa – os jornais Kyodo e Nikkei News – divulgou a informação de que o consórcio composto por Mistui, Hitachi e Mistubishi havia desistido do trem-bala brasileiro. Mas um representante do grupo no Brasil nega a informação.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Seja o primeiro a comentar