Dois importantes atores manifestaram ontem seu apoio ao projeto do TAV: o futuro secretário de Tranportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes – podem os senhores estar certos que o governador Geraldo Alkmin está do lado do projeto do Trem de Alta Velocidade – e as empreiteiras, ou pelo menos uma das mais importantes, a Andrade Gutierrez. Marco Antonio Ladeira, representante da empresa, disse que não podemos e não ficaremos fora do TAV, ou de qualquer outro projeto que vise o crescimento do país. Tanto São Paulo, durante o governo Serra, como as empreiteiras, tinham até agora ficado bastante afastados do projeto.
As afirmações foram feitas durante o re-lançamento oficial da AD-Trem – Agência de Desenvolvimento do Trem Rápido entre Municípios – ontem, no hotel Renaissance, em São Paulo. Presidida por Guilherme Quintela, a entidade foi reaberta para aproximar investidores e governo e criar um clima favorável para a segunda tentativa do leilão do TAV, adiado pela primeira vez em novembro diante da falta de interessados. Presentes ao evento representantes de vários consórcios interessados (Paulo Benites, da Trends; Masao Suzuki da Adtrem; Phillipe Delleure, Cristina Achè e Fernando Ferrari, da Alstom; Guilherme Lacerda, da Funcef; Rezier Possidente, da Siemens, Edyval Campanelli, da Bombardier, Hilário Pereira, da Invepar, João Carlos Magalhães, da Galvão Engenharia, Jorge Rebelo, do Banco Mundial, José Catela, da Conza, José Carlos Tadeu, da Constran, Ronaldo da Rocha, da Ansaldo, Sergio Avelleda, presidente da CPTM, entre outros) e o diretor geral da ANTT, Bernando Figueiredo. Presente também o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Julio Lopes, que já no primeiro governo de Sergio Cabral apoiou entusiasticamente o projeto.
Bernardo Figueiredo, que sugeriu a retomada da AD-Trem, resumiu bem os motivos da reunião: Se for um projeto público, o TAV não sai nem em mil anos. O Estado é desarticulado e não teria a menor capacidade para administrar um projeto como este. Não adianta portanto insistir num modelo que não vai dar certo, e que iria dar na melhor das hipóteses numa obra inacabada. Por causa disso temos que transferir o risco para vocês, empreendedores privados, para que dêem adesão e conduzam o projeto até sua conclusão.
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Sobre a Agência, Bernardo disse que o propósito será criar ambiente de debate e repercussão sobre o projeto. Agradeço a todos por estarem apoiando a AD-Trem e por se engajar nessa luta para fazer alguma coisa de moderno em nosso país.
Guilherme Quintella, representante da UIC (União Internacional de Ferrovias) e presidente da associação, apresentou o plano de ação da AD-Trem para 2011 – que inclui o apoio ao TAV, cujo leilão foi adiado para abril do próximo ano. Segundo o presidente, a intenção é fazer com que a associação cumpra um papel prioritário na comunicação da importância dos trens de passageiros, estimulando a adesão da sociedade nos projetos. “O que nós vamos fazer é qualificar o trem para o mesmo nível da demanda dos sistemas mais procurados pela sociedade”, afirmou.
Bernardo Figueiredo, da ANTT, ressaltou que a recriação da AD-Trem ajudará alavancar o projeto do trem de alta velocidade, promovendo debates e estimulando a interlocução dos agentes públicos e privados. “O Brasil precisa entender que é capaz de fazer o que precisa ser feito, seja rodovia, trem ou metrô”, ressaltou no evento. Marco Antônio Ladeira, da construtora Andrade Gutierrez, também manisfestou apoio. “Entendemos que é fundamental que seja feito um amplo e total debate, e a AD-Trem é a figura jurídica para isso.”
Durante o evento também foi anunciada a realização do curso Introdução à Alta Velocidade, realizado pela UIC, com apoio da AD-Trem e organizado pela Revista Ferroviária, nos dias 28 de fevereiro, 1 e 2 de março, em São Paulo. O curso será ministrado por técnicos da UIC com o objetivo de ajudar na preparação dos profissionais para a chegada do TAV, já que o país não possui nenhum conhecimento do sistema.
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