Em Brasília, a Alstom e a Siemens teriam feito acordos durante a disputa pela obtenção dos serviços de manutenção do Metrô, segundo a testemunha F., contatada pelo R7, que afirma ter acompanhado de perto os contratos firmados pelas duas multinacionais com empresas públicas. F., que se mantém no anonimato, é autor de denúncias encaminhadas ao Ministério Público de São Paulo e à Siemens na Alemanha.
Dois engenheiros da Alstom, Luis Antonio Taulois da Costa e Ben-Hur Coutinho Viana de Souza – que depois passaram a trabalhar para a Siemens -, também teriam ajudado técnicos do Metrô de Brasília a escrever o edital de licitação de um contrato de manutenção, de acordo com a testemunha.
– O edital foi escrito de uma forma a assegurar à empresa uma pontuação máxima e, com isso, uma vitória independentemente do preço dos concorrentes, afirma.
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De acordo com F., somente os dois técnicos da Alstom que trabalhavam no projeto, Taulois e Souza, poderiam atender às exigências do edital. Os dois se tornaram depois gerentes do consórcio Metroman – formado pela Siemens e pela Serveng-Civil -, responsável pelo fornecimento de materiais para o sistema metroviário do Distrito Federal.
A Siemens negou ter feito contrato em parceria ou consórcio com concorrente para a manutenção de metrôs, “em particular o Metro de Brasília”. O consórcio para a construção do metrô de Brasília foi liderado pela Alstom.
A Alstom afirmou em um comunicado que segue “um rígido código de ética, definido e implementado por meio de sérios procedimentos, de maneira a respeitar todas as leis e regulamentações mundialmente”. A empresa disse que está colaborando com as investigações e “até o momento, as suspeitas de irregularidades em contratos não foram comprovadas e não estão embasadas em provas concretas”.
Já o Metrô-DF afirmou, em nota, que desconhece as irregularidades apontadas e que a licitação foi acompanhada em todas as suas etapas pelos órgãos de controle externo, em especial o Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Leia na íntegra a nota oficial do Metrô-DF:
O Metrô-DF desconhece as supostas irregularidades apontadas anonimamente pela reportagem do Portal R7 e, ressalta que:
– O processo de licitação para a manutenção do Metrô-DF (transcorrido em gestão anterior), seguiu a modalidade de licitação de concorrência pública tipo técnica e preço, sendo que no primeiro aspecto as duas empresas finalistas receberam a pontuação máxima;
– No quesito preço, o consórcio Metroman apresentou a melhor proposta (menor preço), vencendo então a licitação;
– A licitação foi acompanhada em todas as suas etapas pelos órgãos de controle externo, em especial o Tribunal de Contas do Distrito Federal;
– O consórcio Metroman vem atendendo satisfatoriamente todas as demandas de manutenção apresentadas pelo Metrô-DF.
Leia na íntegra a nota oficial da Alstom:
A Alstom segue um rígido código de ética, definido e implementado por meio de sérios procedimentos, de maneira a respeitar todas as leis e regulamentações mundialmente. A empresa está colaborando com as investigações e, até o momento, as suspeitas de irregularidades em contratos não foram comprovadas e não estão embasadas em provas concretas.
Leia na íntegra a nota oficial do Metrô de São Paulo e CPTM:
O Metrô e a CPTM informam que desconhecem os fatos mencionados e esclarecem que os contratos, por eles firmados, com qualquer empresa obedece a legislação específica que norteia a lisura do processo licitatório, além de serem submetidos ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE).
Leia na íntegra a nota oficial da Siemens:
Todos os negócios da Siemens no Brasil seguem rigorosos padrões éticos e estão de acordo com a legislação e as boas práticas comerciais. A Siemens no Brasil zela rigorosamente pelo cumprimento às leis e por uma atuação responsável e transparente. Desconhecemos qualquer referência ou ação que possam indicar atitude contrária a esses preceitos.
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