Cerca de 7,7 milhões passageiros são transportados sobre trilhos no Brasil por dia. Isso sem contar aqueles que passeiam pelos trens turísticos e culturais. O setor está em plena expansão, basta observar os projetos de implementação de metrô, monotrilho, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e, claro, do Trem de Alta Velocidade, o trem-bala.
Os governos estaduais estão investindo mais nesse tipo de transporte, tendo em vista a necessidade de aliviar a grande movimentação de veículos, principalmente nos grandes centros urbanos. Cenário bem diferente das últimas décadas, em que o setor de transporte ferroviário de passageiros foi praticamente esquecido. A projeção, para esta década, é de que sejam investidos R$ 85 bilhões.
Até então, o setor não tinha representante próprio. No entanto, desde o início deste ano, a pedido do presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, uma nova entidade iniciou os trabalhos para lutar por mais investimentos e melhorias. É a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), que tem como presidente o diretor de Recursos Humanos do Metrô Rio, Joubert Flores; como diretor-financeiro o também diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, e como gerente-executiva Roberta Marchesi.
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A instituição sediada em Brasília (DF), no prédio da CNT, está em fase de estruturação. Por enquanto, conta com cinco associadas-fundadoras. São elas a própria ANTF, o Metrô Rio, a empresa Supervia, a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e a Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos Culturais (Abottc).
“Durante muito tempo, a área de transporte de passageiros sobre trilhos teve um desenvolvimento muito pequeno no Brasil. Este é um momento que a gente tem que tentar mostrar, pra quem tem poder de decisão, que para ter cidades do tamanho das nossas, organizadas e com qualidade de vida, as pessoas têm que ter a possibilidade de se deslocar com mais conforto”, ressalta o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores.
A associação vai abrir espaço para as indústrias, consultorias e empresas públicas, com o objetivo de atuar em conjunto para fortalecer o setor e buscar melhorar os serviços prestados pelos associados, divulgar as tecnologias envolvidas, a segurança nas operações, regularidade do transporte, entre outros.
A criação da ANPTrilhos vem para atender uma demanda diferenciada, visto que a operação de transporte de passageiros sobre trilhos é muito mais complexa do que transportar cargas. Há uma série de exigências relativas à segurança, confiabilidade no trem e regularidade de viagens.
Para Rodrigo Vilaça, o enfoque da entidade será no transporte urbano. “O que nós queremos é fazer com que a ANPTrilhos demonstre aos três poderes, ao meio acadêmico e às várias camadas da sociedade a importância da mobilidade de pessoas nos grandes centros, entre cidades, entre Estados. Isso em alta ou média velocidade nos metrôs, VLTs, monotrilhos e também no transporte de turismo ferroviário, atendendo ao ambiente de um país continental como é o nosso”, acrescenta.
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