O mundo ferroviário já é praticamente igual ao da aviação, pelo menos na Vale. Mas na companhia não há apenas trens controlados automaticamente. Todo o processo de recebimento, descarga e empilhamento de minério de ferro, é feito diretamente de uma sala de controle.
No Terminal Portuário de Ponta da Madeira (TPPM), no Maranhão, a empresa desenvolveu um sistema de inteligência artificial que permite operar, de forma remota, as máquinas empilhadeiras e recuperadoras usadas para transferir o minério do pátio até o navio.
O sistema possibilita o comando à distância das máquinas a partir do Centro de Controle e Operações do TPPM, o primeiro no país a ter um terminal portuário com todas as máquinas de pátio operando em modo remoto. “O sistema permite tomar decisões semelhantes às que tomaria um homem. Isso não apenas permitiu obter ganhos tangíveis, como intangíveis”, diz José Carlos Sousa, gerente geral de operações do TPPM.
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Ele se refere ao conforto e às condições de trabalho oferecidas aos funcionários que, hoje, não precisam mais ficar expostos a ruídos e, claro, aos caprichos das intempéries. Sobre os ganhos tangíveis, o gerente fala sobre um aumento da produtividade de pelo menos 10%.
De acordo com Sousa, os embarques de minério de ferro e mais a carga geral pelo TPPM passaram de 91,8 milhões de toneladas, em 2009, para 99,15 milhões de toneladas em 2010. Este ano, poderá chegar os 115 milhões de toneladas. “Continuaremos aperfeiçoando a recuperação remota”, destaca.
Além do aumento do volume de minério de ferro escoado pelo porto, a movimentação de grãos terá em Ponta da Madeira uma importante base de transporte de soja e milho produzidos no Nordeste (Maranhão e Piauí) e do no Centro-Oeste. Esses Estados contarão ainda com uma nova rota por meio da Ferrovia Norte Sul (FNS), em conexão com a Estrada de Ferro Carajás (EFC).
O TPPM, de acordo com a Vale, será uma alternativa aos três portos do Sul/Sudeste: Rio Grande (RS), Paranaguá (PR) e Santos (SP). Para transformar Ponta da Madeira no maior porto do país, a Vale investirá este ano cerca de US$ 3 bilhões no aumento de sua capacidade, com a instalação de um novo píer de atracamento, e em obras de dragagem para ampliar o calado, que já é um dos maiores do mundo, além da duplicação da EFC.
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