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As locomotivas a vapor foram desativadas há mais de 50 anos, mas três delas, conservadas, ajudam a contar um pouco da história da Estrada de Ferro Sorocabana, que em julho completa 136 anos, e da Estrada de Ferro Elétrica Votorantim, considerada pelo Guiness Book, nos anos 90, a menor ferrovia do mundo, com 12 quilômetros de extensão.
A mais antiga delas é a Maria do Carmo, nº 58, fabricada em 1891 nos Estados Unidos pela Baldwin Locomotive Works. De pequeno porte, funcionou até 1965. Nessa época, máquinas movidas a diesel e elétricas ocuparam o lugar das locomotivas a vapor. Para escapar do corte e virar sucata, a nº 58 acabou no Parque Zoológico Quinzinho de Barros. Conforme o pesquisador Stênio Gimenez, a locomotiva permaneceu por 20 anos no local, até ser levada pelo engenheiro Lincoln Palaia Júnior para restauro.
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No final dos anos 90, com a absorção da Ferrovia Paulista S/A (Fepasa) pela Rede Ferroviária Federal S/A, um convênio transferia as locomotivas a vapor para a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Como a doação da nº 58 à Prefeitura ainda não havia sido formalizada, a máquina passou a integrar o patrimônio da ABPF, e foi levada para Campinas. De volta a Sorocaba, depois de uma disputa judicial, a nº 58 apita em todo fim de ano na Cantata de Natal promovida pela Prefeitura.
A locomotiva nº 210, uma Alco tipo Mikado, fabricada em 1920, também escapou do sucateamento. Reformada, suas cores foram repostas pelo engenheiro Robson Pezzotta, em 2009. A locomotiva fica na sede da América Latina Logística (ALL), em Sorocaba.
Também da mesma fábrica americana Baldwin, a locomotiva nº 1, da Estrada de Ferro Votorantim, preservada nas dependências do Jornal Cruzeiro do Sul, em homenagem à memória dos 21 instituidores da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA).
Segundo José Carlos Fineis, consultor editorial do jornal e da FUA, a pequena locomotiva é um símbolo de Perseverança, nome que a locomotiva carrega, pois atravessou as décadas e continua inteira e firme, como nos primeiros dias. Fineis conta que a locomotiva foi batizada com um nome muito especial para a Fundação, pois os instituidores da entidade eram todos membros da loja maçônica Perseverança III.
Doada à FUA pelo historiador Otto Wey Netto, a nº 1 foi fabricada em 1891, e faz parte do primeiro lote de equipamentos adquiridos pelo Banco União do Estado de São Paulo, precursor da S/A Indústrias Votorantim.
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