Ferrovia do século 19 vai voltar à ativa no Rio

Um trecho ferroviário do tricentenário “caminho novo” da Estrada Real deve ser reativado até o fim do ano em Paraíba do Sul, a 137 quilômetros do Rio, na divisa com Minas Gerais. Depois de seis anos parada, a maria-fumaça Baldwin, de 1910, voltará a percorrer 14 quilômetros de trilhos construídos no século 19 entre o centro da cidade e os distritos de Werneck e Cavaru.


Para comerciantes e moradores, é a esperança de retomada do turismo. Será o sexto trecho da Estrada Real a contar com viagens de trens turísticos no Brasil. Os outros estão em São Paulo, na Estrada de Ferro Campos de Jordão, ou em Minas – Trem das Águas, em São Lourenço, Serra da Mantiqueira, em Passa Quatro, da Vale, entre Ouro Preto e Mariana, e a maria-fumaça que faz o trecho São João Del Rey – Tiradentes.


“Quem sabe um dia não poderemos andar de trem novamente na Estrada Real? É um sonho de todos nós”, conta o empresário Talis Lelis, vencedor da concorrência para concessão do trecho em Paraíba do Sul.


A reforma da maria-fumaça será custeada pelo governo do Estado: R$ 303 mil. Para a revitalização dos trilhos, Lelis espera contar com o apoio da Ferrovia Centro-Atlântica, que administra o trecho. “Com a volta do trem, esperamos impulsionar todo o turismo.”


O comerciante Francisco Vilela Novaes há três décadas tem uma loja na frente da Estação Cavaru. Aos 51 anos, ele viu de perto as três tentativas anteriores (em 2003, 2004 e 2005) de colocar o trem em funcionamento. Na última, sob administração da prefeitura, o passeio durou quatro meses e foi encerrado em 1.º de maio de 2005. “Agora, criamos nova expectativa. É uma pena ver um caminho que já foi tão importante para o Brasil desativado.”


Cada tentativa de reabertura foi documentada pelo historiador Luiz Carlos Coelho, de 66 anos, que de tão tradicional dá nome à galeria cultural da cidade, localizada na Estação Central. “Essa linha férrea é cheia de histórias. Em 1960, foi palco de um dos maiores assaltos do Brasil. Tião Medonho assaltou o “trem pagador” e levou 27,6 milhões de cruzeiros.”


A história de Paraíba do Sul, com seus pouco mais de 41 mil habitantes, está ligada à da Estrada Real. Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias, chegou em 1681 à região que receberia o município. Ali, ele viu a possibilidade de abrir um novo caminho entre as minas de pedras preciosas em Minas Gerais e o porto do Rio. O chamado “caminho velho”, entre Ouro Preto (então Villa Rica) e Paraty, era alvo de assaltantes, o que criou a necessidade de fazer uma nova rota.


Passeios. Segundo a Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos, existem hoje no Brasil 32 passeios de trens e há projetos para a criação de pelo menos outros 20. Do total, 24 pertencem ao projeto Trem é Turismo, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que abrange 11 Estados. Entre os mais conhecidos estão o Trem do Corcovado, no Rio, o do Vinho, no Rio Grande do Sul, e o do Forró, em Pernambuco.


A Estrada Real por dentro


A construção da Estrada Real foi determinada no século 17 pela Coroa Portuguesa para fiscalizar a circulação de riquezas entre Minas Gerais e o litoral do Rio de Janeiro, de onde saíam os navios para Portugal. Atualmente, o complexo da Estrada Real conta com 1.600 km e compreende 177 cidades: 162 em Minas, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo.

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