O setor de transportes é um dos principais pontos para os quais o Brasil deve direcionar seus investimentos. Essa é a opinião de Paulo Fernando Fleury, diretor geral do Instituto Ilos de Logística e Supply Chain – entidade criada por professores da Universidade do Rio de Janeiro.
Durante o 8º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas, na manhã desta terça-feira, Fleury apresentou um estudo mostrando o quanto deveria ser investido no país para que os modais portos, ferrovias e rodovias possam ser competitivos internacionalmente. Ao todo, R$ 983 bilhões devem ser gastos no longo prazo para o Brasil melhorar a logística interna.
Enquanto o custo em logística, em 2010, representou 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB), nos Estados Unidos a soma chegou a 7,6% do PIB. Para Fluery, o governo não está olhando para o setor com a atenção necessária. “Os investimentos aumentaram, mas ainda falta muito. Essa cifra é a longo prazo, mas temos que começar a nos mover agora.”
O grosso dos investimentos seria destinado às rodovias. Segundo Fleury, de 1,6 milhão de quilômetros de estradas apenas 200 mil quilômetros são pavimentados. Por isso seriam necessários R$ 811,7 bilhões para o Brasil equiparar sua malha com a dos Estados Unidos, por exemplo. “No PAC um o governo destinou R$ 43,5 bilhões. O Brasil tem um déficit gigante em logística”, afirmou.
No transporte ferroviário, enquanto o Brasil construiu 29 mil quilômetros de ferrovias, os Estados Unidos possuem 227 mil quilômetros de trilhos. Dos R$ 130,8 bilhões necessários para melhorar esse tipo de transporte, o estudo de Fleury afirma que R$ 120 bilhões devem ser destinados para a recuperação da malha já existente. “Apenas 10% são plenamente ocupados, e 4,7 mil quilômetros estão em mau estado.”
Em portos, terceiro modal base para a logística, são necessárias 133 obras para reduzir o déficit, segundo o especialista. Os investimentos precisam somar R$ 40,5 bilhões ao longo dos anos, calcula Fleury. O PAC 1 destinou R$ 3,3 bilhões para a expansão do sistema portuário.
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