O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Raymond LaHood, fez um vigoroso discurso na abertura da feira Railway Interchange, segunda feira, dia 19, conclamando os americanos a ocuparem uma posição de liderança nos trens de alta velocidade “onde hoje somos batidos por europeus e japoneses”. O que os EUA precisam, disse o secretário, é de um programa semelhante ao que o presidente Eisenhower adotou na década de 50 para a construção das Interstate Highways, a malha rodoviária interestadual norteamericana. “Quando Eisenhower lançou o programa ninguém sabia exatamente onde as autoestradas iriam passar, nem como iriam ser pagas. No entanto, até hoje a rede das Interstate Highways sãovum exemplo para o mundo”.
LaHood falou para um gigantesco auditório de 2 mil lugares, lotado de executivos das ferrovias e da indústria ferroviária norteamericana que vieram a Minneapolis, capital do longínquo estado de Minnesota, fronteira com o Canadá, para a grande feira de material ferroviário dos Estados Unidos. Disse que em 2050 o país terá mais 100 milhões de habitantes, que corresponde à população dos estados do Texas, Califórnia, Nova York e Flórida reunidas: “os aeroportos e as rodovias não serão capazes de atender a toda essa gente. Ou fazemos alguma coisa ou seremos esmagados sob nosso próprio peso”.
Em tom político, o secretário disse que “tudo isso está nas declarações de Obama” e que “ não existem ferrovias democratas ou republicanas”. Fez um apelo ao Congresso norteamericano para que aprove sem demora a American Transportation Bill, a legislação que vai consolidar os programas de investimento anunciados por Obama. E afastou o problema orçamentário comparando o país a “toda família americana, que sabe pagar suas dívidas, mandar as crianças para a escola e deixar algum em reserva na poupança”. Finalmente, comparou as ferrovias de alta velocidade que virão a duas obras ícones de governos passados: o Hoover Dam e a ponte Golden Gate, ambos construídos durante a recessão dos anos 30 com o objetivo de gerar empregos. Foi aplaudido com moderado entusiasmo.
A Revista Ferroviária, a ANTF, a Abifer, o Simefre e mais 20 indústrias brasileiras estão presentes na Feira Railway Interchange.
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