Uma semana depois de começar a operar em horário completo em todas as estações, a linha 4-amarela do metrô de São Paulo deixou ontem 75 mil usuários a pé. Por causa de uma pane no sistema de sinalização dos trens, a Via Quatro, consórcio que administra a linha, manteve as portas das estações fechadas por quatro horas. A decisão teve a chancela do governo estadual, a quem todo o sistema é submetido. Anunciado como um trecho moderno, em que o trem é operado automaticamente, sem condutor, a linha 4 teve sua segunda pane num intervalo de três dias de operação.
Na sexta, uma falha de comunicação entre trens e controle central deixou usuários esperando até 30 minutos. Ontem, a linha abriria às 4h40, mas só começou a funcionar às 8h20. Os passageiros foram pegos de surpresa. “Nossa alegria durou pouco”, disse o atendente de telemarketing Rafael Souza, 21, um dos milhares de novos usuários que o metrô ganhou com a linha 4-amarela.
As primeiras estações do trecho começaram a ser inauguradas no início do ano passado. A linha sai do Butantã, na zona oeste, passa pelo bairro de Pinheiros, pelas avenidas Faria Lima e Paulista, pela praça da República e chega até a estação da Luz.
Comunicação
A pane foi detectada às 2h nas estações República e Luz. A concessionária diz que decidiu suspender a circulação em todas as paradas para evitar tumulto na estação Paulista, onde há integração com a linha 2-verde. Doze ônibus a mais foram postos nas ruas pela SPTrans (empresa de transporte municipal), o que não foi capaz de dar conta de toda a demanda.
A prefeitura afirma ter sido avisada da pane só às 4h50. Passageiros também sofreram com a falta de informações. A ViaQuatro diz que ainda não sabe as causas da pane. Segundo o presidente da concessionária, Luís Valença, a falha ocorreu quando técnicos faziam ajustes que ficaram “pendentes” nas estações República e Luz.
Tais ajustes são feitos aos domingos, motivo pelo qual a linha fica fechada, provisoriamente, nesse dia da semana. Valença nega pressa na entrega das estações. “Foi uma falha pontual”, disse. “Não quero deixar para o nosso usuário a ideia de ser um sistema inseguro ou instável.” A concessionária diz que investiga a possibilidade de ter havido “falha humana”. Ao todo, 2,2 milhões de pessoas circularam na linha 4 na primeira semana com horário ampliado.
Seja o primeiro a comentar