Oferecer uma viagem confortável e segura nos bondes de Santa Teresa deverá ter um custo de R$ 72 milhões. Esta é a estimativa do presidente da Central, Eduardo Macedo, que pretende revitalizar todo o sistema — operação que inclui a substituição de 34 quilômetros de trilhos, de toda a rede aérea, modernização da subestações de energia e a compra de sete novos bondes — até o fim de 2013.
Macedo reclama que o histórico do bonde era marcado pela palavra “remendo”. Ele denuncia que a empresa T’Trans, contratada para reformar sete bondes, em 2008, jogou no lixo R$ 9 milhões ao usar peças de trem.
— As peças são chamadas de truques e pertenciam aos trens. Faziam a suspensão. São peças rígidas, que provocam muito barulho e o risco de descarrilamento — descreve Macedo.
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Nos próximos dez dias serão concluídos os estudos para a revitalização do sistema. A Central está recebendo a consultoria da empresa portuguesa Carris e pretende, em seguida, abrir os processos licitatórios. A ação será dividida em três etapas: compra de trilhos, ao custo aproximado de R$ 25 milhões; troca da rede aérea e modernização de duas subestações de energia, ao custo estimado de R$ 12 milhões; e por fim, a encomenda de novos sete bondes — com capacidade para 40 passageiros cada, ao custo de R$ 35 milhões (R$ 5 milhões cada).
Os bondes poderão ser construídos no Brasil. Temos empresas fabricantes capacitadas para vencer a licitação
— Os bondes poderão ser construídos no Brasil. Temos empresas fabricantes capacitadas para vencer a licitação — acrescenta.
O serviço terá ainda uma tarifa diferenciada para os turistas. Até o momento, está garantido apenas aos moradores do bairro um valor social.
— A tarifa diferenciada para turista já acontece no bondinho do Corcovado. Os moradores do Estado apresentam um comprovante de residência e pagam apenas 50% do valor do bilhete — frisa Macedo.
A Central, segundo ele, estuda duas hipóteses: fazer o cadastramento dos moradores de Santa Teresa para que eles continuem a pagar uma tarifa social ou confeccionar cartões pré-pagos somente para os moradores do bairro, como acontece em Lisboa.
Moradores reprovam os micro-onibus
Na segunda-feira, entraram em circulação quatro micro-onibus operando em duas linhas que substituíram os bondes, paralisados desde agosto, quando um acidente matou seis pessoas e deixou outras 50 feridas. Os coletivos, com capacidade para 35 passageiros, ao custo de R$ 0,60, não agradaram nem todos os moradores do bairro.
— Colocaram apenas quatro microonibus e não levaram em conta que o trajeto aumentou e o horário está sujeito aos congestionamentos do Centro — reclama a presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa, Elzbieta Mitkiewicz.
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Outra crítica de Elzbieta é em relação à falta de informações para os moradores:
— Tudo que sabemos é através dos jornais. A Central não nos informa sobre nada.
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