Acusado de desperdiçar R$ 9 milhões reformando sete bondes de Santa Teresa com peças de trem inadequadas em 2008, o presidente da Empresa TTrans, Massimo Giavina, rebateu na terça-feira as afirmações do presidente da Central, Eduardo Macedo. Giavina alegou que as peças usadas pela empresa eram de última geração e informou que, a pedido do próprio secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, a TTrans elaborou em maio passado uma relatório sobre a situação do serviço dos bondes. Segundo ele, no documento foi diagnosticado o risco de acidentes.
— O relatório foi apresentado para o Julio Lopes em 1º de agosto. Ele foi enviado também para a Central, ainda no mês de junho, muito antes do acidente que matou seis pessoas (em 27 de agosto). O estudo tinha fotos mostrando vários desníveis nos trilhos, apontava a falta de treinamento dos condutores e exigia limite de velocidade e mais sinalização para os bondes. Tudo foi ignorado — afirmou.
Outro ponto levantado pelo presidente da TTrans é a existência de um relatório feito pela Central em 2002 e enviado à secretaria, apontando a falha no sistema de freio dos bondes antigos, problema que causou o grave acidente de agosto.
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— A conclusão do estudo é que o sistema de freios dos bondes antigos era obsoleto. Qualquer manobra para manutenção não garantiria a segurança dos usuários. O bonde que se acidentou era justamente do modelo antigo — disse Giavina.
Procurada, a Secretaria estadual de Transportes não rebateu as acusações. A Central também não se manifestou.
Giavina criticou ainda o valor dos novos sete bondes que serão encomendados pela Central pelo valor aproximado de R$ 5 milhões cada (R$ 35 milhões no total).
— Os nossos sete bondes foram reformados a um custo de R$ 1 milhão e utilizamos tecnologia de ponta. Esses novos bondes serão de ouro? — ironizou.
Moradores reprovam os micro-onibus
Na segunda-feira, entraram em circulação quatro micro-onibus operando em duas linhas que substituíram os bondes, paralisados desde agosto, quando um acidente matou seis pessoas e deixou outras 50 feridas. Os coletivos, com capacidade para 35 passageiros, ao custo de R$ 0,60, não agradaram nem todos os moradores do bairro.
– Colocaram apenas quatro microonibus e não levaram em conta que o trajeto aumentou e o horário está sujeito aos congestionamentos do Centro – reclama a presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa, Elzbieta Mitkiewicz.
Outra crítica de Elzbieta é em relação à falta de informações para os moradores:
– Tudo que sabemos é através dos jornais. A Central não nos informa sobre nada.
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