Um exemplo de tratar mal o patrimônio no Brasil vem do Paraná. Os R$ 15 milhões estavam cobertos de pó e sujeira. Peças para trens, compradas há 20 anos, ficaram abandonadas num galpão em Curitiba.
Patrimônio público esquecido desde que a Rede Ferroviária Federal começou a ser privatizada, em 1996. Só 11 anos depois, em 2007, o governo repassou as peças ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). O órgão não sabia o que fazer com elas.
Como o Dnit não é um órgão que opera diretamente as ferrovias, elas ficaram armazenadas, enquanto a gente busca uma solução para a destinação delas, afirma o coordenador patrimônico Ferroviário-DNIT, Luciano Sacramento.
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A solução foi fazer uma doação para a Ferroeste, estatal que transporta grãos no Paraná, mas, por causa da burocracia, mais quatro anos foram perdidos. Precisava fazer a conferência, a contagem, e em que condições esses bens estavam. Isso é o inventário. Então quando ele foi concluído, aí sim, a gente de posse desse bem, a gente pôde dar uma destinação, anteriormente não era possível, só guardá-los”, completa Sacramento.
Nesta quinta-feira (1), finalmente, a Ferroeste se tornou dona da carga milionária. São seis mil itens estocados e 150 toneladas de peças. Algumas já não são mais produzidas no Brasil há mais de 10 anos, como um painel de controle de locomotiva. Só com as peças guardadas, a empresa deve dobrar a capacidade de transporte já a partir do ano que vem.
Todo o material será usado na recuperação de quatro locomotivas, o que significa 56 vagões a mais nos trilhos com capacidade para transportar três mil toneladas.
O presidente da Ferroeste se emocionou ao falar sobre essa característica tão brasileira que impede o desenvolvimento, a burocracia. “Os trens parados, os funcionários querendo produzir e não poderiam, isso pesa”, afirma o presidente Ferroeste, Maurício Quirino Theodoro.
Clique aqui e assista ao vídeo exibido pelo Bom Dia Paraná no dia 01/12/2011.
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