A Vale investirá um bilhão de dólares para construir um novo trecho de ferrovia no Malauí, o que permitirá à empresa transportar o carvão que explora em Moçambique até o porto de Nacala, anunciaram as autoridades malauitas.
A empresa brasileira construirá 138 km de ferrovia no sul do Malauí, o que permitirá transportar o carvão da mina Moatize (perto de Tete, noroeste de Moçambique) até o porto de Nacala (nordeste de Moçambique), onde está construindo atualmente um terminal.O trecho através do Malauí, que estava paralisado desde 2005 em consequência de divergências diplomáticas, deve ser concluído nos próximos três anos, segundo o acordo assinado pela Vale e pelo governo do Malauí.
A área de Tete-Moatiza dispõe de pelo menos 23.000 toneladas de combustível como “carvão-vapor” para centrais térmicas e carvão de alto poder calorífico para siderurgia.A bacia foi descoberta há muitos anos, mas as reservas, durante muito tempo subestimadas, não podiam ser exploradas em consequência da longa guerra civil (1975-1992) que arrasou Moçambique.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A exploração das reservas acaba de começar, sob responsabilidade especialmente da Vale e da australiana Riversdale.Grande parte do carvão extraído será exportado, principalmente para China e Índia.
Os grupos de mineração que exploram esta bacia devem buscar soluções para o transporte do carvão até o mar: as estradas são insuficientes e a linha ferroviária do Sena, entre Moatize e o porto de Beira (centro de Moçambique), tem capacidade limitada.
A Riversdale estudou a possibilidade de utilizar barcaças sobre o Zambeze, mas isto implicaria uma dragagem do rio, com um custo econômico e ambiental elevado.
Seja o primeiro a comentar