Sob o risco de ter comprometida sua recondução à diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mais por conta de insatisfações na base aliada com o governo do que com denúncias disparadas pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), Bernardo José Figueiredo Gonçalves Oliveira defendeu-se nesta terça-feira.- Questões políticas não são a minha praia. Mas o que me chateia são as acusações feitas contra mim pelo senador Requião. A vida real e os fatos contradizem o que senador tem falado a meu respeito – rebateu Figueiredo.
Considerado um homem do staff da presidente Dilma Rousseff, com quem trabalhou diretamente por dois anos na Casa Civil, Figueiredo reagiu às acusações de que estaria agindo como uma agente público-privado, defendendo os interesses de concessionários de ferrovias nacionais. E esclarece que sua gestão não seria o alvo principal de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) solicitada por um grupo de procuradores federais.
– Os procuradores pediram ao TCU para fazer uma devassa no setor ferroviário da ANTT, mas não da minha gestão especificamente. Já respondemos a todas as questões colocadas pelo Ministério Público e o TCU reconhece os avanços que estamos garantindo. Não se pode jogar a culpa sobre a deterioração da rede ferroviária brasileira sobre quem está justamente tentando recuperá-las – acrescenta o diretor-geral da ANTT, cujo o mandato termina no próximo dia 17 de fevereiro.
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Se até o fim de seu mandato o Senado não aprovar sua recondução para a direção da ANTT, Figueiredo terá automaticamente de se afastar de suas funções. Mesmo ciente de que poderá pagar o preço das insatisfações políticas dentro da base governista, ele considera normal a aprovação pela Comissão de Infraestrutura do Senado de requerimentos para a realização de audiências antes de sua nova sabatina, justamente para o esclarecimento do pedido de auditoria ao TCU recomendado por procuradores federais.
– Não tenho problemas com audiências, com o Ministério Público. Essa é uma questão política que não sei avaliar. Não estou articulando minha recondução, apenas aceitei em continuar no cargo porque acredito na presidente Dilma e gostaria de ajudá-la. Fui chamado para uma missão. Sou um técnico que trabalha há 40 anos na área de transporte – conclui.
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