Editorial: O transporte sobre trilhos

O governo do Estado de São Paulo anunciou um investimento de R$ 385 milhões para a modernização da infraestrutura da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Será aumentada a capacidade das subestações de energia que servem as linhas da empresa. Também receberão melhorias a sinalização, os sistemas de telecomunicações, a rede aérea e a via permanente da rede. O anúncio foi feito no último dia 29, horas depois de um defeito no sistema de alimentação elétrica na Linha 7-Rubi ter prejudicado o funcionamento dos trens na região da Estação da Luz. O efeito cascata chegou até a Estação Francisco Morato, onde o atraso dos trens levou os passageiros a promover um grande quebra-quebra.


Mais uma vez, milhares de pessoas enfrentaram grandes dificuldades para cumprir seus compromissos. Na CPTM e no metrô as falhas no sistema são cada vez mais frequentes: nos últimos três meses, foi registrada uma pane a cada quatro dias na região metropolitana. A situação piora ano a ano. Em 2010, os sistemas de trens registraram 32 ocorrências; em 2011, foram 59.


Metrô e CPTM pagam o preço do avanço representado pela construção de novas linhas e, principalmente, pela sua progressiva integração. A isso vêm se juntar as consequências da inércia que durante décadas marcou esse setor: enquanto São Paulo crescia em ritmo alucinante, as obras se concentravam na malha viária, num estímulo ao transporte individual. Somente nos últimos anos, o transporte sobre trilhos passou a ser prioridade do governo estadual, recebendo importantes investimentos. Por causa do atraso acumulado, porém, os novos trens e as novas estações ficam logo superlotados. E trechos antigos, que já operavam no limite, ficam sobrecarregados.


O professor de Transporte Público da Universidade de São Paulo (USP) Jaime Waisman avalia com precisão e clareza a situação: “Não existem soluções mágicas. Nós temos uma herança maldita do passado, quando pouco ou quase nada se fez. Agora, para tirar essa defasagem e partir para uma situação mais confortável, vai demandar algum tempo”.


Na última década, CPTM e metrô ganharam mais 26,5 quilômetros, o que aumentou a demanda por seus serviços. Apenas em 2011, os trens passaram a transportar 1,4 milhão a mais de passageiros por dia. Apesar dos esforços do governo estadual, que vem investindo mais de R$ 1 bilhão por ano na modernização do sistema, São Paulo atingiu o índice nada animador de um quilômetro de linhas para cada 33 mil habitantes. Em Londres, por exemplo, essa relação é de 16 mil habitantes por quilômetro. Para chegarmos a essa posição, grandes investimentos e muita paciência serão necessários.


Artigo publicado recentemente pela revista inglesa The Economist avaliava os avanços trazidos pela inauguração, em São Paulo, da Linha 4-Amarela do metrô, que permitiu economia de meia hora para usuários que partem da periferia em direção ao centro da cidade. Destacava, porém, que a nova linha já transporta 500 mil passageiros por dia e não consegue atender à demanda. Na verdade, a inauguração da Linha 4 trouxe 1,2 milhão de passageiros para o sistema. “Os 71 quilômetros de rede de metrô de São Paulo são minúsculos para uma cidade de 19 milhões de habitantes”, afirma o artigo. O metrô da Cidade do México tem mais de 200 quilômetros de extensão; o de Seul, 400 km; e o de Santiago do Chile é 40% maior que o de São Paulo, embora essa cidade tenha um quarto do tamanho da capital.


Tão importante quanto ampliar as redes é investir cada vez mais na manutenção e modernização dos sistemas de energia, da malha e dos trens, uma vez que a sobrecarga de transporte só tende a aumentar. O próprio secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, admite que parte da rede elétrica está ultrapassada.


Por muitos anos ainda, segundo os especialistas em transporte público, o governo terá de atuar em duas frentes: na extensão do sistema metroviário e no aperfeiçoamento da infraestrutura.

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