*Pablo Pereira e Márcio Fernandes
Outro dia, na semana passada, percorri a Linha 11 – Coral, da CPTM, o Expressão Leste, em horários de pico do carregamento de passageiros. Pela manhã, logo depois das 6h, do bairro para o Centro, e à noite, logo depois das 18h, da Luz, no Centro, para Guaianases.
O que encontrei foi muito desconforto de milhares de pessoas que precisam de transporte e sofrem com a superlotação dos vagões e as filas de embarque. As pessoas chegam às plataformas e querem embarcar. Hoje ninguém mais aguenta esperar 10, 15 minutos por um trem. E ainda viajar em pé, prensado, grudado aos demais, respirando o mesmo ar. Uma parte desse sufoco foi editado em um vídeo.
Percorri também a Linha 9, que beira as Marginais, ligando a Luz com a populosa Zona Sul, e é considerada gargalo do sistema ferroviário. O resultado é o mesmo: no pico, gente demais, serviço público de menos, desconforto, irritação, reclamações. O material foi publicado no Estado com as reclamações dos usuários e as explicações do governo.
Fora dos horários de pico, no entanto, o sistema de trens, Metrô e CPTM, que em março atingiu a marca dos 7,1 milhões de passageiros transportados por dia, na média dos dias úteis, é uma excelente alternativa de ir e vir confortável. O problema, obviamente, não é o trem. O problema é a gestão, a falta de financiamento, as políticas, enfim, a administração pública que não encontra o ponto de equilíbrio entre a demanda e a oferta no serviço.
Rodei também nas linhas em horários de menor estresse. É quando o trem é uma boa solução para milhares e milhares de passageiros que vivem no sistema fora do pico, percorrem distâncias mais longas, entre municípios da região metropolitana, e penariam nos ônibus caso viajassem no trânsito.
No final de semana, na região do Vale do Paraíba, serra de Santo Antônio do Pinhal, vi também a linha férrea que atravessa as montanhas. Há bucólicas estações, tranquilas no silêncio das matas, charmosas, um contraste fortíssimo com o que ocorre na grande metrópole. Há muito é assim. Como mostra a viajem às origens das estradas de ferro no estado, feita em site por um time de pesquisadores do Arquivo Público do Estado.
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