Ramais compartilhados podem ajudar ferrovias

Operadores e usuários de ferrovias começam a discutir o compartilhamento de redes para melhorar a produtividade. O debate nasceu da constatação de que é preciso tomar providências urgentes para minimizar os efeitos do apagão logístico do país. O crescimento da economia e os gargalos da infraestrutura estão impondo o desafio de ampliar rapidamente a oferta de transporte de carga, mas a alternativa mais viável, a ferrovia requer obras demoradas e caras.


Com 28,3 mil quilômetros de ferrovias, o país precisaria ter pelo menos 52 mil quilômetros para responder às necessidades, estima Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). No ritmo atual de expansão, a malha de trens de carga só chegará a esse número entre 2025 e 2030, prevê. No debate Expansão e Modernização da Malha Ferroviária Brasileira, durante o 7º Encontro de Logística e Transportes realizado pela Fiesp, o compartilhamento de linhas foi a medida mais discutida.


Hoje, apenas 7% estão realmente compartilhados, estima Renato Voltaire, diretor técnico da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (Anut). Segundo ele, apenas um terço da malha nacional tem uso adequado. O restante, 19 mil quilômetros, estão subutilizados.


País precisaria ter pelo menos 52 mil quilômetros de linhas para atender as necessidades internas.


O setor só não sabe qual a modalidade mais indicada para o Brasil, entre várias possibilidades: compartilhamento compulsório, voluntário, supervisionado, livre, entre outras. Na União Europeia, foi adotado o compartilhamento compulsório. O operador ferroviário é obrigado a franquear os trilhos a outras empresas. A gestão do tráfego cabe a um terceiro agente.


Voltaire defendeu outras ações que podem melhorar o uso da capacidade instalada: estimular a intermodalidade – a conexão entre ferrovia e outros modais -, e ampliar o transporte da carga geral (industrial), hoje restrita a 0,6% do total. Atualmente, poucos produtos transitam por via férrea. Segundo o executivo da Anut, os minérios respondem por 75% do total. A soja, com 5%, e outros agrícolas, com 4,3%, vêm em seguida. O setor da indústria que utiliza bem o trem é a siderurgia, com 3,8% da movimentação.


José Eduardo Saboia Castello Branco, presidente da Valec, concorda que o desafio é atender a outros setores, mas entende que é preciso também chegar a outras regiões. A estatal está concluindo um trecho de 700 km entre Palmas (TO) e Açailândia (MA) que deve transportar 3,5 milhões de toneladas de cereais por ano e ajudar a aliviar os portos das regiões Sudeste e Sul.


Castello Branco citou pesquisa do Instituto Ilos no qual as empresas apontam vários entraves para o uso de ferrovias. Entre os motivos alegados destacam-se a indisponibilidade de frete, com 34% das respostas, custo elevado (28%), falta de vagões (23%) desinteresse da própria ferrovia em efetuar o serviço (23%) e baixa velocidade (21%).


O executivo apresentou estudo mostrando que o transporte ferroviário custa em média R$ 4,60 por tonelada por quilômetro útil no Canadá e R$ 3,40 nos Estados Unidos. No Brasil, os valores giram em torno de R$ 10. Em alguns casos, superam os R$ 12. Somente ferrovias ligadas a mineradoras têm custo inferior, porque o frete faz parte da operação e, portanto, sai a preço de custo.


Para sanar o problema o país teria de investir mais, diz. O Brasil gasta apenas 1% do PIB em infraestrutura de transporte. Os demais Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) aplicam entre 4% e 5%.


A melhora do transporte ferroviário passa também pelos investimentos em obras pontuais, defende Vicente Amato, diretor adjunto da divisão de logística e transportes da Fiesp. Segundo ele, a construção do Ferroanel é a solução para a indústria paulista. Hoje, a carga que sai da região de Campinas rumo ao Porto de Santos é obrigada a compartilhar a rede com a movimentada linha de passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Com isso a operação fica limitada a poucos horários. Os estudos para elaboração do Ferroanel devem ficar prontos no mês que vem. Prevista para 2016, a obra está orçada em R$ 1,6 bilhão.


Segundo Amato, na região do Vale do Paraíba, a construção da Segregação Leste, trecho de 12 quilômetros em execução pela MRS, vai criar uma linha exclusiva para carga.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*