O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), recebeu de seu colega chinês, Wu Bangguo, a promessa de que ele vai incentivar a presença de empresas chinesas na licitação do trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio, previsto para o fim do ano.
O leilão já foi adiado três vezes por falta de interessados. Depois do último fracasso, em julho, o governo decidiu dividir a concorrência em duas etapas. Na primeira, serão decididos a tecnologia a ser utilizada, bem como o consórcio responsável pela concessão. A etapa seguinte definirá a empresa que construirá a obra.
Presidente da Congresso Nacional do Povo, Wu Bangguo é a segunda pessoa na hierarquia de poder da China, acima do primeiro-ministro Wen Jiabao. Segundo Maia, o líder chinês disse que as empresas chinesas estão “maduras” o suficiente para exportar a tecnologia do trem bala.
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Resta saber se estarão satisfeitas com as mudanças no modelo de licitação realizado pelo governo brasileiro. Os chineses se recusaram a participar da disputa por não quererem assumir a concessão do projeto por 30 anos. Eles gostariam de construir a obra, vender equipamentos, receber o pagamento e entregar o projeto a outra empresa.
Maia esteve na China para a primeira reunião do Mecanismo Regular de Intercâmbio entre a Câmara dos Deputados do Brasil e o Congresso Nacional do Povo da China. Criado em 2006 durante visita de Wu Bangguo a Brasília, o instrumento só entraria em vigor quando o presidente da Câmara visitasse a China, o que ocorreu apenas agora.
Problemas. Os dois Parlamentos se comprometeram a identificar e corrigir problemas em suas respectivas legislações. Maia citou as regras brasileiras sobre contratação de mão de obra estrangeira, que os chineses gostariam de ver flexibilizadas.
O deputado ouviu reclamações em relação a essa legislação durante visita à fábrica da Huawei em Xangai. A fabricante de equipamentos de telecomunicações se queixou das dificuldades de levar funcionários estrangeiros ao Brasil. A Huawei disse ter interesse de participar dos projetos de internet 4G no Brasil. O leilão será semana que vem e seis empresas apresentaram propostas: Vivo, Claro, TIM, Oi, Sky e Sunrise. A Huawei quer fornecer equipamentos para o sistema.
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