Cosan projeta crescimento de até 20% em 2013

O grupo Cosan prevê um crescimento nada modesto para o ano fiscal 2013. A companhia estima atingir receita líquida entre R$ 26 bilhões e R$ 29 bilhões, afirmou ontem Marcelo Martins, vice-presidente de relações com os investidores da Cosan. Comparado ao faturamento líquido do ano fiscal de 2012, de R$ 24,1 bilhões, significará um crescimento entre 8% e 20%, se confirmadas as estimativas. Essa projeção não inclui a receita da Comgás, que está em processo de aquisição pela companhia.


Martins afirmou que a empresa projeta um Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,5 bilhões para 2013. Os investimentos (Capex) deverão ficar entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,4 bilhões.


No centro dos holofotes por conta dos vários negócios anunciados este ano, a companhia, maior produtora de açúcar e álcool do Brasil e uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, fez proposta em fevereiro para entrar no bloco de controle da América Latina Logística (ALL), adquiriu ativos de lubrificantes no Reino Unido e anunciou em abril a compra de 60,1% de participação na Comgás, marcando sua entrada na distribuição de gás, tornando-se um grupo focado em infraestrutura e energia.


Nesta semana, a Cosan foi novamente ao mercado, desta vez para comunicar que sua divisão de alimentos, dona das marcas de açúcar União e Da Barra, se associou à Camil, maior beneficiadora de arroz e feijão da América do Sul, e ao fundo GIF Codajas Participações, gerido pela Gávea Investimentos , para criar uma das maiores empresas de alimentos do país.
A Cosan reportou receita líquida consolidada de R$ 24,1 bilhões no ano fiscal 2012, 33,4% superior ao do ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 2,6 bilhões, valor mais que três vezes superior aos R$ 771,6 milhões obtidos em igual período anterior. O Ebitda quase dobrou na comparação entre os anos fiscais de 2011 e 2012, passando de R$ 2,67 bilhões para R$ 5,33 bilhões, reflexo das sinergias com a formação da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, constituída em 1u00ba de julho de 2011.


O balanço de resultados do grupo agradou ao mercado. Ontem, os papéis ON encerram a R$ 29,96, com alta de 3,13%. Apesar da receita e lucro líquidos recuarem no quarto trimestre de 2012, analistas consideram que a empresa entregou bom desempenho, sobretudo na área de combustíveis.


No caso da Raízen Energia, a quebra agrícola que afetou os canaviais do Centro-Sul e sua consequente alta de custos gerou também impacto no lucro bruto da companhia, que contempla a produção de açúcar, etanol e energia. Apesar da renovação anual das áreas de cana acima de 20%, a Raízen não conseguiu elevar o volume de cana disponível para moagem no ciclo 2011/12, que alcançou 52,9 milhões de toneladas, 2,4% menor do que no ciclo anterior. Os números de moagem de cana para a nova safra ainda são incertos, mas a estimativa inicial da empresa é de que fiquem entre 52 milhões e 55 milhões de toneladas.


A companhia deverá focar a expansão na área de combustíveis, por meio da Raízen Combustíveis, nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, mercados considerados com maior potencial de crescimento pela empresa. Segundo Marcos Lutz, presidente da Cosan, porém, a empresa não deve avançar em participação de mercado no país, atualmente em torno de 23%. A expectativa é negociar entre 21 bilhões e 23 bilhões de litros ano fiscal 2013.


Lutz disse que a companhia busca atingir o grau de investimento pelas agências de classificação, mas não impôs prazo para isso. De acordo com Lutz, a Raízen deve alcançar esse status nos próximos meses. O executivo acredita que a Cosan ainda não alcançou o patamar devido ao nível de alavancagem. “A companhia está passando por transformação em sua estrutura, o que demora a se sedimentar”, disse.

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