O clima esquentou ontem à noite na Assembleia Legislativa, zona sul, em uma audiência pública com grupos favoráveis e contrários à Linha 17-Ouro do Metrô – o monotrilho entre Jabaquara e Morumbi. De um lado, moradores de Paraisópolis defendiam a obra por melhorar o transporte coletivo. Do outro, moradores de prédios e casas do entorno sustentavam que o modal escolhido não é apropriado.
O auditório ficou pequeno para tanta gente. Panfletos, faixas, gritos e vaias foram alguns dos recursos usados pelos grupos.
O primeiro a ganhar a palavra no cobiçado microfone foi o gerente de Planejamento do Metrô, Alberto Epifani. O dirigente garantiu que o monotrilho é a melhor opção por causa da baixa demanda. Ele foi interrompido. “Gostaria de falar, bicho. É possível?” Um dos moradores do Morumbi respondeu: “Bicho é o caramba! Bicho é o seu VLT (veículo leve sobre trilhos).”
Pouco depois, foi a vez da economista Marcia Vairoletti, de 61 anos, fazer sua exposição. Integrante do Movimento Defenda São Paulo, ela disse que o monotrilho não é adequado para transportar torcidas para jogos no Estádio do Morumbi. Seu grupo defende uma linha subterrânea.
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Um dos últimos questionamentos levantados por Marcia foi a respeito de um empreendimento residencial que está sendo erguido na região. “Como tem uma obra com esse prédio de classe A? O monotrilho vai demolir?”, perguntou, enquanto mostrava o slide com a foto do prédio em construção.
Essa declaração foi recebida com indignação pela caravana de Paraisópolis. O líder comunitário Gilson Rodrigues, de 28 anos, disse que o monotrilho fará com se chegue mais rápido a outros bairros. “Não sei quanto tempo vocês do Morumbi, da Vila Andrade e da Vila Sônia demoram para sair da Avenida Giovanni Gronchi. São três, duas horas? Com o monotrilho, vão gastar 15 minutos para ir à Paulista.”
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