Uma mudança aparentemente simples nos dispositivos de comunicação (transponder) das balanças de entrada e saída do Terminal Rodoferroviário da América Latina Logística em Alto Araguaia, no Mato Grosso, permitiu um ganho médio de tempo de seis segundos no manejo de cada caminhão descarregado.
O resultado imediato foi a agilização de movimentação de milho e farelo e o recorde de 946 caminhões descarregados em um só dia nos vagões que seguem dali para o porto de Santos, por via ferroviária.
O volume atingido pela empresa indica um crescimento de 6,05% em relação ao último recorde de 891 veículos, com ganhos de receita e redução no tempo de permanência dos caminhões no terminal.
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As mudanças que visam agilizar o processo de descarga rodoviária do terminal fazem parte da implantação do “Projeto Sem Parar”, iniciativa inovadora na área de gestão da ALL.
“Tivemos um ganho de produtividade nos tombadores e na recepção dos caminhões.
Com isso, passamos a ter uma maior recepção e consequentemente estamos melhorando nossos índices de produtividade”, afirma Flávio José da Silva, coordenador de Terminais de Mato Grosso da empresa de logística.
Gente e gestão
Ivandro Paim, gerente de Terminais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, completa lembrando que três anos atrás a média diária de movimentação dera de 348 caminhões.
“Trabalhamos com três pilares dentro da empresa: gente, resultado e gestão. Com isso gerenciamos a rotina e a produtividade por meio de sistemas o que nos possibilita acompanhar os resultados”, explica.
O processo do qual participam cerca de 250 funcionários é acompanhando de perto pelos gestores do Terminal. “Todas as manhãs fazemos reuniões para avaliar o desempenho e alimentar o sistema”, explica.
Ainda segundo Paim, o processo de inovação tem ajudado a aumentar a receita da empresa, como resultado de um volume maior de produtos que são descarregados.
O executivo revela que o Terminal tem capacidade para quatro caminhões ao mesmo tempo com uma carga máxima de 42 toneladas. “Queremos manter uma média de 900 caminhões por dia, mas temos capacidade de chegar a um número máximo de mil por dia”, destaca o executivo que pretende buscar esse ganho até o fim do ano.
Gargalos
O programa de inovação e investimento da ALL ainda enfrenta barreiras para ampliar ainda mais o processo de descarregamento de caminhões por dia. Um deles é legislação trabalhistas para caminhoneiros que teve como uma das consequências a redução da carga horária de trabalho, gerando filas para o descarregamento.
Outro obstáculo visto pela companhia de logística é a falta de capacidade do porto de Santos para o recebimento da carga.
Atualmente, a ALL possui capacidade máxima para 600 vagões, mas a empresa ainda está distante de utilizar todo esse potencial.
Mesmo com a intenção de manter 900 caminhões por dia, a empresa seria forçada a utilizar apenas 450. É que cada vagão possui capacidade para levar a carga de dois caminhões. “Não adianta descarregar uma quantidade grande nos vagões e enfrentar um gargalo em Santos”, conclui Paim.
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