Minas Gerais, que tem a maior malha do país, deverá receber aportes em torno de R$ 90 milhões do setor ferroviário até o próximo ano, conforme estimativas do presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate. O montante corresponde a 30% do total que será investido pela indústria ferroviária em todo o país, neste intervalo, o equivalente a R$ 300 milhões.
Segundo ele, os aportes serão feitos na expansão e modernização da produção e se baseiam nas perspectivas positivas quanto à demanda interna por implementos ferroviários. “Há uma série de projetos de expansão da malha, além de investimentos significativos feitos por usuários importantes do modal de transporte, como, por exemplo, a mineração, não só em Minas, mas em todo país”, explica.
Conforme o presidente da entidade, justamente pela alta representatividade da mineração, quando considerado o segmento de movimentação de cargas, o Estado lidera o ranking de participação nacional, com aproximadamente 60% do mercado. Já no transporte de passageiros, Minas aparece em terceiro lugar, ficando atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, primeiro e segundo lugares na lista. Atualmente, a Abifer possui 63 associados, dos quais quatro são mineiros.
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Recentemente, foi inaugurada em Sete Lagoas (região Central) a fábrica de locomotivas da norte-americana Caterpillar, por meio de investimentos da ordem de US$ 70 milhões. Na unidade serão fabricadas e montadas locomotivas da marca Electro-Motive Diesel (EMD), subsidiária da Progress Rail Services, empresa do conglomerado Caterpillar. A planta terá capacidade de produzir aproximadamente 70 máquinas de 4 mil HP de potência por ano.
Já no segmento de vagões, a Usiminas Mecânica, controlada da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas) está investindo cerca de R$ 32 milhões em uma nova fábrica de vagões, em Congonhas (Campo das Vertentes), com o objetivo de atender ao aumento da demanda e agregar valor à produção.
Incertezas – Em relação ao desempenho do setor, Abate afirma que, considerando o movimento cíclico que tradicionalmente envolve a demanda por implementos ferroviários, os resultados do primeiro semestre foram positivos. Porém, segundo ele, em virtude das incertezas da economia internacional, ainda é cedo para fazer qualquer projeção sobre a segunda metade deste ano, bem como de todo o exercício.
“É preciso aguardar a confirmação por parte das concessionárias quanto aos investimentos deste semestre. Não enxergamos nenhuma crise para o setor, mas encaramos o cenário com determinada cautela”, justifica. De qualquer forma, segundo ele, a previsão da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) de aumento da ordem de 10% no volume de cargas transportado neste ano, indica continuidade nos investimentos tanto no aumento quanto na qualidade das frotas por parte das concessionárias.
Faturamento – Desse modo, a expectativa é de que o faturamento da indústria ferroviária continue em expansão, assim como vem ocorrendo desde o fim da crise financeira e alcance, neste ano, R$ 4,7 bilhões. O resultado é 11,9% superior ao verificado em 2011, quando somou R$ 4,1 bilhões. A receita compreende toda a cadeia de implementos, incluindo os serviços de manutenção.
Apesar do crescimento no faturamento, o presidente da Abifer lembra que a produção nacional deverá registrar queda em 2012 na comparação com o exercício passado. As estimativas da entidade apontam para queda entre 28,7% e 46,2% na fabricação de vagões entre os exercícios. No ano passado, a produção de vagões atingiu 5.616 unidades, o segundo melhor resultado histórico. Para este ano, as projeções indicam fabricação entre 3,5 mil e 4 mil unidades.
Já no segmento de locomotivas, a produção nacional deverá alcançar 110 unidades em 2012. O resultado é 2,6% inferior ao verificado em 2011, quando somou 113 equipamentos.
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