Trabalhadores de uma das empresas responsáveis pelas obras da ferrovia Transnordestina, que haviam iniciado uma paralisação na segunda-feira (16) contra o não pagamento das horas do plano de incentivo à produtividade, voltaram ao trabalho nesta terça-feira (17).
A Transnordestina vai cortar os Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará.
Segundo os sindicatos nos Estados envolvidos, a paralisação atingiu até 70% dos trabalhadores. De acordo com a Odebrecht, porém, a adesão não passou de 3%.
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Os sindicatos afirmam que a Odebrecht deveria ter pago, até junho, 80 horas de trabalho a mais a título de incentivo à produtividade, referente ao primeiro semestre, conforme acordo firmado entre a empresa e a categoria em janeiro.
A empresa informou que vai pagar, até o fim de julho, 35 horas, e não 80 horas. Segundo sua assessoria, o montante foi recalculado porque as metas estipuladas para o primeiro semestre não foram atingidas.
A Odebrecht afirmou ainda que não houve atraso no pagamento, pois, como o acordo foi feito em janeiro, o período de seis meses só termina em julho.
“A partir de agosto, esse pagamento poderá ocorrer mensalmente [e não mais por semestre], caso sejam cumpridas todas as metas estabelecidas. Durante as negociações, não houve nenhuma paralisação dos trabalhos”, afirmou a Odebrecht em nota.
Sem acordo
Evandro Pinheiro, do Sintepav (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Terraplanagem) no Ceará, disse que a categoria volta hoje ao trabalho, mas não aceita o pagamento de apenas 35 horas. Segundo ele, a adesão chegou a 60% –de um total de cerca de 300 trabalhadores.
A entidade disse que vai entrar na Justiça para cobrar o pagamento das 80 horas.
Segundo o Sintepav no Pernambuco, a adesão na segunda-feira chegou a 70%, mas todos os trabalhadores já voltaram ao trabalho.
No Piauí, José Romeu Freire, do Sintepav local, disse que os cerca de 480 trabalhadores da Odebrecht no Estado também encerraram a paralisação nesta terça, pois a adesão não havia sido total e eles temiam ser demitidos.
A ferrovia Transnordestina terá 1.728 km de extensão e ligará o porto de Suape (PE) e o porto de Pecém (CE) à cidade de Eliseu Martins (PI). Parte da obra está incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O investimento total previsto é de R$ 5,4 bilhões. A Odebrecht é responsável por um dos maiores trechos do projeto, segundo sua assessoria.
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