Pelo menos 31 pessoas ficaram feridas após o descarrilamento de um trem, próximo à estação de Retiro, uma das maiores de Buenos Aires, por volta das 13h45, desta segunda-feira, 6. Entre os feridos, seis foram transferidos a hospitais — cinco deles com múltiplos ferimentos —, embora nenhum esteja em condição grave, segundo o diretor do Serviço de Emergências de Buenos Aires, Alberto Crescenti.
O acidente ocorreu a cerca de 300 metros da estação de Retiro e suas causas ainda são desconhecidas. Imagens da TV local mostraram que, após o descarrilamento, o último vagão se chocou contra uma estrutura de ferro, que, com o choque, caiu sobre o vagão.
Em fevereiro deste ano, um acidente na estação de Once, uma das principais da capital argentina, deixou 51 mortos e mais de 700 feridos. O acidente colocou em destaque o péssimo estado da rede ferroviária do país e os erros no controle estatal e medidas de segurança.
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Greve
O acidente aconteceu no quarto dia da greve dos metroviários, iniciada na sexta-feira, 3. O movimento gerou caos no trânsito da capital argentina, com a paralisação das seis linhas da cidade.
Ônibus e trens ficaram abarrotados de passageiros e um maior número de automóveis, que saíram à rua pela ausência do metrô, completaram o cenário caótico das ruas de Buenos Aires.
Como plano de contingência, o governo da cidade colocou cerca de 500 ônibus escolares para fazer, de graça, o trajeto das linhas do sistema.
Os metroviários não descarta manter a greve, que afeta quase um milhão de usuários, “caso não se chegue a um acordo” sobre as exigências, sustentou o secretário-geral do sindicato da categoria, Roberto Pianelli, em declarações a uma emissora de rádio.
Os grevistas querem um aumento salarial de 28%, além de melhores condições de trabalho e de prestação do serviço, oferecido pela concessionária Metrovías, entre outras reivindicações.
O controle do metrô é o principal ponto de atrito entre a presidente Cristina Kirchner e o chefe de governo da capital argentina, Mauricio Macri, adversários políticos.
O governo federal, que controla o sistema, quer passar o serviço para a capital, que afirma não ter verba para assumir o transporte sem os subsídios destinados às linhas. No início de 2012, a passagem custava 1,10 pesos (R$ 0,44) e aumentou para 2,50 (R$ 1), ainda com a contribuição federal. Sem os subsídios, analistas afirmam que o preço da passagem deveria ficar entre 6 e 8 pesos (R$ 2,40 e R$ 3,20).
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