Diante de presença recorde dos membros do Conselho de Infraestrutura da Fiesp – Coinfra – reunidos para ouvi-lo, nesta quinta-feira (13/09), o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, disse que não há mais oposição dos concessionários às mudanças propostas pelo governo. Eles se referia às regras para a operação e investimento nas ferrrovias adotadas desde julho do ano passado, e complementadas em agosto pelo anúncio da presidenta Dilma, o que na prática significa o fim do controle exclusivo das concessionárias sobre a malha, inclusive sobre a malha concedida: “houve uma evolução no entendimento do assunto e os concessionários perceberam que é melhor operar sobre linhas em boas condições, mesmo que não estejam mais sob seu controle, do que ficar pagando arrendamento de uma malha em mau estado, que eles não utilizam”. Até o anúncio pela presidenta Dilma do novo programa, em 15 de agosto, havia a possibilidade da ANTF recorrer à justiça para fazer valer a letra original dos contratos de concessão. Bernardo foi aplaudido pelos conselheiros e já está programando uma visita à Federação das Indústrias de Minas Gerais e a outros estados.
Os 12 projetos básicos que serão oferecidos à iniciativa privada (ver União investirá R$ 91 bi em ferrovias) já estão sendo elaborados por uma empresa de consultoria e ficarão prontos entre quatro e seis meses. A consultora está sendo paga pela Vale, a título de compensação por uma obra devida e não realizada pela empresa na malha da FCA: “faremos um estoque de projetos e começaremos os leilões em março do ano que vem”, disse ele à imprensa, após a reunião.
Bernardo admite que um problema agudo é a falta de corpo técnico na EPL — e no governo de modo geral — para acompanhar os projetos. Como solução de emergência, ele imagina buscar na Europa em recessão – citou a França – os engenheiros ferroviários que faltam. “Mas acho que o setor privado interessado também tem seus engenheiros e seu corpo técnico para ajudar”.
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