O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, admitiu que o total de desembolsos de financiamentos do banco oficial pode chegar a R$ 160 bilhões no ano que vem, o que superaria em 6,66% a marca de R$ 150 bilhões estimada por ele para 2012. “Para 2013, teremos uma demanda maior por financiamento, na medida em que os investimentos estarão crescendo. Os investimentos em infraestrutura estão em expansão e isso significará mais demanda”, destacou.
Coutinho ressaltou que como o BNDES vai compartilhar com o mercado de capitais a maior demanda por financiamento para empresas em 2013, “é difícil ainda projetar” o volume de recursos que serão liberados pela instituição pública no próximo ano. Contudo, perguntado pela Agência Estado se o montante poderia alcançar R$ 160 bilhões no próximo ano ele foi categórico: “Pode. Não está fora de cogitação”, destacou. Ele teceu os comentários antes de participar do fórum “Brasil Competitivo: Os nós da infraestrutura”, promovido pelo Grupo Estado.
Na avaliação de Coutinho, o avanço dos investimentos no próximo ano será muito importante para a retomada mais vigorosa do nível de atividade em relação a 2012. Ele espera que em 2013 o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter expansão de 4% a 4,5%.
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Trajetória ascendente
O presidente do BNDES disse também estar seguro que os investimentos no Brasil estão numa trajetória ascendente no terceiro e quarto trimestres deste ano. “Vamos superar a barreira de 20% do PIB de poupança sem elevar o déficit de conta corrente”, afirmou, ressaltando que isso vai ocorrer com a ampliação da poupança interna do País. “Temos que ampliar a poupança doméstica via mercado de capitais. O BNDES pode participar de emissões de debêntures de infraestrutura”, disse.
De acordo com ele, estão em fase avançada de execução os projetos ferroviários que constam do Programa de Investimentos em Logística – Rodovias e Ferrovias, anunciado pelo governo no dia 15 de agosto. “Mas isso não prescinde que a iniciativa privada tome a frente do processo”, destacou Luciano Coutinho. “A combinação público privada é o caminho mais eficiente.” “A boa regulação não se faz sem o bom planejamento de obras de infraestrutura”, completou.
Poupança
Para Coutinho, o País precisa empregar duas alavancas para incrementar os investimentos em infraestrutura: o sistema de crédito e o mercado de capitais. Sobre o primeiro, ele mencionou que, embora seja robusto, o sistema financeiro precisa se adequar à nova realidade de juros básicos em patamares mais próximos de níveis internacionais.
Nesse sentido, os bancos podem ser mais dinâmicos, ao deixarem o conforto de aplicar boa parte de seu caixa em títulos públicos e migrar para outros ativos de longo prazo, o que, segundo Coutinho, vai fortalecer o mercado de capitais no Brasil. “A poupança doméstica deve ser deslocada para crédito e financiamentos de longo prazo”, disse.
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