Ontem (05/09), após dois dias de apresentações no V Brasil no Trilhos, organizado pela ANTF, em Brasília, ficou claro que, se para as ferrovias os 15 anos de concessão até agora transcorridos apresentarem ótimos resultados, para os clientes das ferrovias as coisas continuam como no tempo da Rede Ferroviária Federal e da Fepasa. Julio Fontana Neto, presidente da Rumo Logística, cliente e investidor na ALL, foi claro: aqui neste evento se falou muito de ferrovia e muito pouco de cliente. O que ouvimos foi uma repetição dos mesmos resultados sempre alcançados pelas operadoras. Pois eu gostaria de mudar de tom e dizer não estamos satisfeitos.
A Rumo foi o cliente que até hoje mais investiu em ferrovias, duplicando o acesso ao porto de Santos a partir de Itirapina, construindo nove terminais intermodais no interior e no porto e formando uma frota de 929 vagões e 500 locomotivas. Com isso conseguiu organizar o transporte de açúcar para exportação, beneficiando indiretamente a ALL, que nada investiu e que tornou-se, de longe, a maior transportadora de açúcar do Brasil. A partir daí – e a Rumo não é o único exemplo – Júlio Fontana disse que se não for a iniciativa dos clientes, não conseguimos melhorar nossos resultados. Até hoje não conseguimos fazer programação de transporte. Também não conseguimos reduzir o ciclo dos vagões. Ou seja, ainda é tudo muito parecido com o passado.
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