O setor ferroviário continua movimentando a economia sorocabana. A cidade tem parte da sua história fortemente ligada ao transporte ferroviário e ainda abriga 26 quilômetros de linha férrea. Entre as atividades ligadas ao segmento de transporte ferroviário merecem destaque a oficina de vagões da concessionária América Latina Logística (ALL) que é considerada uma das mais importantes do País e emprega 130 pessoas. Outros exemplos estão na instalação da multinacional ABB, fabricante de peças para manutenção das composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em Sorocaba e no projeto de simuladores de trens desenvolvido pela Contim Engenharia para a mineradora Vale.
Instalada na cidade no primeiro trimestre deste ano, a ABB é líder em tecnologias de energia e automação. A empresa acaba de vencer o segundo contrato com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e planeja, para o ano que vem, a instalação de mais uma linha de produção na unidade de Sorocaba. Na cidade, a empresa produz linhas para motores e geradores, acionamentos e produtos de medição que também são utilizados no segmento de transporte ferroviário. A linha de baixa tensão inclui ainda a produção de linha de interruptores e tomadas e automação residencial voltada ao consumidor final. A expectativa é que, até 2015, a unidade local gere cerca de 1 mil empregos diretos.
Como informa a diretora de comunicação e marketing da ABB no Brasil e América do Sul, Marisa Cesar, já estão confirmadas linhas de retificadores para a planta de Sorocaba. São aparelhos que transformam corrente alternada em contínua, são usados em praticamente todos os transportes sobre trilhos urbanos no país. O investimento não pode ser informado por ser uma informação estratégica da empresa. Segundo a ABB, atualmente, esse produto é trazido do exterior e a produção local é estratégica.
Simulador para maquinista
Parte da Incubadora de Empresas de Sorocaba há 10 meses, a empresa Contim desenvolve sistema de simuladores de trem para a mineradora Vale. O produto, explica o engenheiro e proprietário da empresa, Thiago Ragozo Contim, foi projetado para auxiliar no preparo de maquinistas diminuindo o tempo e os riscos de acidentes na fase de treinamento do profissional. Ele explica que o simulador é uma réplica da cabine da locomotiva com um sistema de realidade virtual em 3D para a exibição de imagens.
Apesar do histórico sorocabano com o segmento ferroviário, o engenheiro explica que o projeto não nasceu na cidade. A mineradora procurou diversas instituições brasileiras de ensino propondo o desenvolvimento do simulador, concorrência vencida pela Universidade de São Paulo (USP). A empresa incubada, conta ele, ficou responsável pelo projeto e elaboração da cabine da locomotiva virtual e partes do software. O primeiro equipamento foi entregue em maio do ano passado e, como adianta Contim, outras 13 unidades serão entregues até julho do ano que vem.
Oficina de vagões
Instalada no município em 1932, a oficina de vagões da ALL tem 500 mil metros quadrados e, segundo a concessionária, é a oficina mais importante em termos estratégicos. Por meio de sua assessoria de comunicação, a ALL informa que, nos últimos dois anos, foram R$ 2 milhões investidos na oficina, valor que, segundo a empresa, deve ter acréscimo de 10% em 2013. Assim, para o próximo ano, a previsão é que sejam investidos mais R$ 200 mil na oficina de vagões da ALL em Sorocaba. Atualmente, cerca de 150 vagões são reparados mensalmente no local.
A oficina emprega diversos profissionais. São mecânicos, eletricistas, operadores de produção, técnicos operacionais, administrativos, supervisores e engenheiros. Isso, sem contar os funcionários necessários para a área de manutenção, limpeza e conservação do prédio. Os serviços executados são de manutenção preventiva e corretiva de vagões. A oficina recebe vagões que operam no trecho de bitola métrica, que liga Corumbá (MS) a Santos.
Diariamente, são oito composições, em média, que atravessam os 26 quilômetros de trilhos que cortam Sorocaba. São vagões que saem do interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul com destino ao Porto de Santos ou outras cidades do interior paulista. Os produtos transportados são celulose, minério, combustível e produtos siderúrgicos.
Seja o primeiro a comentar