Opinião: A economia não vive só de estímulos

*Ernesto Lozardo


As economias do mundo parecem não reagir aos estímulos fiscais e monetários. Desde 2009, emitiram-se mais de US$ 20 trilhões (35% do PIB mundial). E não há sinais de crescimento que possam indicar que a grande contração está terminando. No Brasil, o crescimento tem oscilado nos últimos anos, fruto das incertezas externas, mas permanece acima da média econômica global.


O pífio crescimento deste ano, em torno de 1%, é fato pontual. Deve-se ao excesso de estímulos fiscais e creditícios ao consumo realizados pelo governo Lula, em 2010. Conjugado com a irresponsabilidade bancária na cessão de crédito, estamos pagando as imprudências públicas e privadas do passado.


Enquanto os efeitos negativos dos estímulos não forem removidos, agentes produtivos e consumidores aguardarão os sinais do crescimento. A boa notícia é que essa fase está próxima do fim. O ano de 2013 será marcado pelo início da retomada do crescimento baseado, principalmente, na força dos novos investimentos.


No próximo ano, inicia-se nova agenda de desenvolvimento de longo prazo, representada pelos programas de investimentos na infraestrutura nacional: rodoviário, ferroviário, portos e aeroportos, energia, petróleo e gás, nos quais investirá mais de R$ 1,1 trilhão ao longo de 10 anos, ou seja, R$ 100 bilhões por ano. É um salto de sete léguas na capacidade competitiva, na inovação tecnológica, no emprego, na ampliação do mercado de capitais. Possibilita à economia crescer ao menos 4% ao ano por longo período.


Os investimentos dessa nova agenda de desenvolvimento edificarão novos pilares da macro e da microeconomia. Os da macroeconomia estarão representados por vários setores. No setor de petróleo e gás serão investidos R$ 900 bilhões nos próximos 10 anos. Esses investimentos ampliarão o parque industrial. Na nova rede de transporte rodoviário serão investidos R$ 42 bilhões para construir 7,5 mil km, cujo objetivo é o transporte de carga média de até 400 km no trajeto Norte-Sul (e vice-versa). Hoje, os caminhões de carga percorrem mais de 1,2 mil km nesse trajeto, e o custo disso reflete no preço dos produtos consumidos internamente ou exportados. Na malha ferroviária serão investidos R$ 91 bilhões para construir 10 mil km. O objetivo é que a carga ferroviária possa percorrer mais de 1 mil km no trajeto Norte-Sul (e vice-versa). O sistema ferroviário interligará a produção de minérios e do agronegócio aos 19 portos da costa brasileira, com menor custo e mais eficiência. Serão investidos R$ 54 bilhões na modernização dos portos, reduzindo o custo dos serviços portuários.


Os pilares de microeconomia estarão representados pelos projetos de inovação tecnológica. A Finep investirá R$ 15 bilhões em projetos de inovação tecnológica para impulsionar a indústria. A Confederação Nacional da Indústria estará criando 27 novos centros de pesquisas de inovação tecnológica em apoio às necessidades das empresas do setor. Para atingir esse intento, serão investidos mais de R$ 1 bilhão. O Senai capacitará mais de 1 milhão de pessoas por ano.


Esse novo Brasil demandará muita mão de obra. O País vive período de pleno emprego. A nova agenda de desenvolvimento absorverá toda a mão de obra possível de ser empregada no interior do País. No final desta década, a classe média representará 120 milhões de pessoas (alta de 14% sobre os dias atuais), demandando mais moradia, educação com qualidade, saúde e boa alimentação.


A nova agenda de investimentos ampliará o mercado de renda fixa de longo prazo, aumentando a poupança nacional. Mas nem tudo está seguro nessa nova agenda. A falta de coordenação, de gerenciamento da informação e de controle dos principais obstáculos, como novos ajustes nos marcos regulatórios, o nobre intento do governo federal em avançar na competitividade econômica nacional poderá frustrar as expectativas dos investidores e da sociedade.


O principal sinal do presente que se deve aprender é que o estímulo econômico duradouro vem dos investimentos em infraestrutura e da eficácia da coordenação pública no tocante à previsibilidade dos marcos regulatórios, bem como no atendimento dos interesses dos empreendedores nacionais e internacionais.


Felizmente, no Brasil não há crise bancária ou soberana, como nos países desenvolvidos. Existe um estado de expectativa positivo sobre o abandono do dogmatismo na política econômica pelo rigor pragmático da presidente Dilma Rousseff. Isso faz toda a diferença na organização dos investimentos e na sociedade de consumo.


*Ernesto Lozardo, professor de economia da EAESP-FGV.

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