O estudo sobre a viabilidade econômica da implantação de um trem regional de passageiros entre Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande/Cassino deve ser concluído até agosto de 2013. Os R$ 750 mil necessários para financiar a realização do trabalho já foram repassados pela Casa Civil ao Ministério dos Transportes.
A pesquisa será realizada pelo Laboratório de Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans/UFSC) e começará ainda em janeiro quando uma equipe de técnicos da instituição chegará a região para dar o pontapé inicial no trabalho. A mesma equipe foi responsável por realizar, no ano passado, os estudos de viabilidade dos trens regionais entre Caxias do Sul e Bento Gonçalves e entre Londrina e Maringá, no Paraná.
Será feito um estudo multidisciplinar que avaliará a oferta e a demanda com relação a este trem, os locais mais aptos para receber as estações e toda a infraestrutura necessária para viabilizar sua instalação, explica o professor Rodolfo Phillipi, coordenador de projetos do Labtrans e responsável pela organização do trabalho na região.
Conforme Phillipi a equipe da UFSC deve permanecer na região até o final de fevereiro, quando deixará o restante do trabalho a cargo de equipes de apoio formadas por profissionais da Universidade Federal de Pelotas e da Fundação Universidade do Rio Grande.
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O início deste estudo foi uma das principais metas perseguidas pelas lideranças da zona Sul em 2011 e a confirmação de que será iniciado nas próximas semanas é o primeiro passo rumo a concretização deste investimento tão importante para complementar este ciclo virtuoso de desenvolvimento experimentado pela região, pondera o deputado federal Fernando Marroni (PT-RS) responsável por coordenar a mobilização regional em defesa do projeto.
A ideia de implantação de um trem regional de passageiros interligando Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande/Cassino ganhou força a partir de fevereiro deste ano após intervenção do deputado Marroni junto ao Ministério dos Transportes para liberação dos recursos destinados a realização do estudo de viabilidade técnica e que estava suspensa desde 2010.
Como forma de mobilizar a região e pressionar o governo federal a disponibilizar os recursos, em março foram realizadas audiências públicas nas três cidades e, em abril, foi estabelecido um comitê regional integrado por lideranças políticas e empresariais coordenado por Marroni, que assumiu o papel de interlocutor da região junto ao Ministério dos Transportes.
O projeto
O projeto de trens regionais do Ministério dos Transportes prevê a implantação de trens regulares de passageiros do tipo trem unidade leve podendo ser movido a diesel, biodiesel, GNV ou GNVL. Estes trens têm capacidade para atingir velocidade média de 80 km/h e, além de passageiros, podem transportar mercadorias, pacotes e outras encomendas.
Conforme dados do Ministério existem 64 trechos em todo o País que podem ser melhor utilizados a partir do transporte de passageiros, destes 28 foram analisados preliminarmente e nove serão alvos de estudos mais detalhados. Dois estão no RS: Bento Gonçalves/Caxias e Capão do Leão/Pelotas/Rio Grande/Cassino.
A ligação ferroviária de passageiros entre Capão do Leão/Pelotas e Rio Grande terá uma extensão estimada de 89,3 km, composta da seguinte forma: 65 km em trecho de operação comum com a linha de carga existente; 9,3 km de recuperação de linhas abandonadas existentes; e 15 km de linhas novas: variante do aeroporto do Rio Grande e acesso à Praia do Cassino. O trabalho se dividirá em três fases: Levantamento de dados, análise e previsão da demanda e alternativas de traçado.
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