Desde o resgate de 4 mil quilômetros de linhas abandonadas até o sonho de construir, ainda nesta década, o primeiro trem de alta velocidade do país, o transporte por ferrovias se tornou a saída mais evidente para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira. Sem investir pesado nos trilhos para oferecer deslocamento mais rápido e barato para os produtos brasileiros, o país segue condenando a indústria à perda de competitividade, deixa de aproveitar totalmente os ganhos de uma tardia conexão das ricas regiões agrícolas aos portos e, ainda, obriga milhões de pessoas a penarem nas grandes cidades com a escassez de meios de locomoção eficientes.
A partir desta edição, uma série de reportagens do Correio revela que, apesar do consenso entre autoridades, empresários e especialistas sobre a necessidade de reformar e ampliar a malha ferroviária, a marcha das obras é lenta e ainda sofre retrocessos devido à burocracia e à corrupção. O governo gastou 2012 para remover parte do entulho sobre as vias, mas ainda tem de convencer investidores a apoiar uma gradual mudança para o novo modelo, concentrado nas mãos da União, representada pela estatal Valec.
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