O acidente com uma barcaça na Hidrovia Tietê-Paraná, utilizada para escoar a soja produzida principalmente em Mato Grosso para o Porto de Santos, deve ter impacto ‘pequeno ou quase inexistente’ para o produtor da região, avalia Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com ele, a principal rota utilizada para escoamento da safra mato-grossense é a ferrovia de Alto Araguaia. Mato Grosso é o principal Estado produtor de soja do País.
Na sexta-feira (22), no oeste de São Paulo, uma barcaça bateu em uma torre de transmissão de energia elétrica, instalada no Rio Tietê. Com o impacto, a torre ficou destruída. Por causa do acidente, a movimentação de grandes embarcações na hidrovia Tietê-Paraná foi proibida. Por dia, passam pela hidrovia oito barcaças carregando um total de 12 mil toneladas de soja.
Para Latorraca, as cargas de soja transportadas diariamente pela hidrovia representam uma parcela muito pequena da produção do Estado, estimada pelo Imea em 23,588 milhões de toneladas. ‘Nosso problema mesmo é em Alto Araguaia, onde a fila de caminhões para descarregar mercadorias no terminal alcança 100 quilômetros’, comentou.
O gestor do Imea alerta que se o ritmo dos embarques de soja ficar abaixo do esperado em março, abril e maio, as operações terão de ser estendidas por mais alguns meses, coincidindo com a entrada das safrinhas de milho e algodão. ‘Se isso acontecer, a estrutura vai estar toda tomada pela soja quando chegar a segunda safra e vamos só postergar os problemas logísticos’, afirmou.
Na opinião de Latorraca, não adianta melhorar a situação no terminal ferroviário de Alto Araguaia, sem que haja uma solução para o congestionamento nos portos. ‘A solução tem que ser tomada dos dois lados. A fila lá impacta as coisas aqui e vice-versa’, disse o gestor.
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