A transformação de Mato Grosso em polo industrial, com a almejada logística de transportes e de vias alternativas para o escoamento da produção agrícola como maior riqueza do Estado e do Brasil, receberá impulso com proposta elaborada na Assembleia Legislativa. O presidente do Poder Legislativo, deputado José Riva (PSD), finalizou estudo prévio de infraestrutura ferroviária, a Ferrovia Mato Grosso-Pará, que será apresentado ao governador Silval Barbosa (PMDB). O traçado ferroviário é visto como canal apto ao fomento de investimentos macro, em trajeto de 1.860 quilômetros, tendo origem no município de Água Boa com destino ao Porto do Espadarte (PA) – projeto capitaneado pela Companhia Vale do Rio Doce, em andamento. “O objetivo é contribuir para o desenvolvimento do Estado e o próximo passo é buscar investimentos, que pode ser por Parceria Público Privada (PPP)”, explicou Riva.
O projeto aponta viabilidade econômica para a implantação da ferrovia, mas debates sobre o assunto poderão ampliar a margem de discussões. A ideia é oferecer um caminho alternativo para escoamento da produção. A matéria deve provocar mudança de conceitos, em razão de o novo traçado ferroviário possuir, entre os pilares, atenção redobrada para questões como o impacto ambiental, social e produtivo, fortalecendo a cadeia das exportações. Deverá ainda contrapor a Ferrovia Cuiabá/Santarém, com possíveis ganhos sobre o contexto da “competitividade”.
O deputado Riva lembra itens motivadores da pesquisa. “No nosso entendimento, e por isso pedi um estudo à minha equipe técnica, é que Mato Grosso não pode ficar preso apenas em um projeto de ferrovia nacional. Mato Grosso tem potencial para avançar mais nessa questão e precisa de estrutura logística que dê vazão ao potencial em crescimento da produção”, frisou.
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Os trabalhos sob coordenação do assessor parlamentar, Nelson Salim Abdala, contam com apoio técnico do consultor urbanista André Nóbrega. “O estudo aponta que Água Boa, futuramente, terá conexão com a FICO (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que liga Goiás a Rondônia), de execução do governo federal. O projeto leva em conta itens da produção do Estado e da capacidade de escoamento, como a produção do município de Sorriso. O escoamento passa pela rodovia 242, algo em torno de 600 quilômetros até chegar em Querência e de lá, entraria no canal da ferrovia. Mas o traçado pode receber outros contornos, com recepção de informações”, disse André.
A capacidade de agregar produção à linha é um dos avanços prometidos pela ferrovia Mato Grosso/Pará. A equipe técnica faz observações a respeito do trajeto Cuiabá/Santarém, via BR-163, superado, teoricamente, pelo novo projeto. “Se for percorrido esse trajeto da Santarém, dentro do Estado do Pará, tem-se 11 milhões de hectares de parque nacional, de reservas e de áreas protegidas. É impossível agregar produção em uma área assim. O mapa do zoneamento aponta uma visão muito interessante em relação a isso”, assinala André.
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