O novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, afirmou que os gargalos logísticos para escoamento da safra de grãos somente serão superados quando a exportação for feita pelos portos das Regiões Norte e Nordeste. Ele disse que a presidente Dilma Rousseff garantiu prioridade nos investimentos em rodovias e ferrovias para resolver os problemas e atender à expectativa de produção de 300 milhões de toneladas de grãos em 2020.
Antônio Andrade lembrou que, em função da expansão da fronteira agrícola, hoje 52% da produção de grãos estão acima do paralelo 16, que passa por Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia, enquanto 84% da exportação são feitas por portos das Regiões Sul e Sudeste. Por isso, é preciso darmos opção de exportação pelo Norte, com portos mais perto da China, disse ele à Agência Estado.
O ministro disse que na próxima semana o governo deve anunciar medidas para diminuir as filas dos caminhões e agilizar o embarque nos portos, como operar sete dias por semana, a exemplo do que ocorre no campo, onde as máquinas não param, afirmou.
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Barreiras. Andrade considerou natural a imposição de barreiras comerciais – seja tarifária ou sanitária – aos produtos brasileiros por outros países, destacando que nos últimos anos o agronegócio nacional vem aumentando a participação no mercado internacional. Ele justificou que no mundo inteiro os governos protegem a agricultura, como forma de manter o homem no campo, que, além de produzir alimentos, custa menos aos cofres públicos que o morador das cidades.
Andrade disse acreditar que as restrições impostas às carnes por países como Rússia e Ucrânia serão retiradas pelos governos, pois a agropecuária brasileira é competitiva, enfatizou.
Andrade afirmou que o setor cafeeiro será plenamente atendido pelas medidas que serão anunciadas pelo governo. Serão suficientes, segundo ele, para evitar pressão de oferta sobre os preços. Entre elas estão preço mínimo de R$ 340 a saca e o escalonamento do vencimento das parcelas dos financiamentos de estocagem.
Ele lembrou que as dívidas têm vencimento semestral e, como metade das parcelas vence em abril, pode haver uma pressão maior sobre os preços, que estão em queda no mercado internacional. A ideia é dividir o vencimento das parcelas em 12 meses e assim o cafeicultor não seria obrigado a vender grandes volumes de café para quitar os financiamentos.
Andrade afirmou que o governo não vai conceder crédito para plantio de novos cafezais e que a prioridade será financiar a melhora nos tratos culturais para aumentar a produtividade, como a renovação das lavouras e adensamento. O objetivo é produzir cafés de melhor qualidade, disse ele.
O novo ministro disse ainda que vai propor conversações com o governo uruguaio para restringir a oferta de leite ao mercado brasileiro. Hoje mais de 60% da produção daquele país vêm para o mercado brasileiro.
Atualmente, os argentinos têm uma cota mensal de 3.600 toneladas de venda de leite de leite em pó para o Brasil.
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